Deputados federais de quatro partidos pediram nesta quarta-feira à Procuradoria-Geral da República abertura de inquérito criminal por crime de peculato contra o ex-ministro das comunicações e candidato ao governo de Minas Gerais, senador Hélio Costa (PMDB).

Candidato é acusado de provocar um prejuízo de R$ 169 milhões aos cofres públicos.

Costa, juntamente com o ex-presidente da Telebrás, Jorge Motta e Silva, é acusado de permitir o pagamento de um acordo extrajudicial de R$ 253,9 milhões envolvendo contratos de serviços 0900 (de sorteio de prêmios) entre a estatatal e a VT UM Produções.

A empresa pertence ao empresário Uadji Menezes Moreira, amigo do ex-ministro.

Parecer do Ministério Público junto Tribunal de Contas da União aponta que os pagamentos foram feitos tendo como base laudos fraudados.

A representação pedindo a abertura do inquérito foi entregue nesta quarta-feira à vice-procurdadora-geral da República, Deborah Duprat, pelos deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Chico Alencar (PSOL-RS) e Fernando Gabeira (PV-RJ).

Eles argumentam que há fortes indícios de prática de crime e pedem urgência na abertura de inquérito para apurar o caso.

Até mesmo relatório da Advocacia-Geral da União (AGU), órgão do Poder Executivo, estranha o fato de a Telebrás não ter recorrido de sentença dada em processo movido contra ela pela VT UM, do amigo de Hélio Costa.

Essa atitude provocou o rombo de R$ 169 milhões.

Diretor da Globo acredita em desvio para campanha de Costa Segundo a revista Istoé, o acordo de R$ 253,9 milhões também atingiu antigas amizades de Costa e de Moreira.

Relata a revista: O diretor da Rede Globo Roberto Talma por exemplo, vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça para tentar garantir sua parte no que a VT UM recebeu da Telebrás.

Ele diz ter ajudado Moreira financeiramente, em troca de 20% da bolada da Telebrás, conforme contrato registrado em cartório.

Mas Talma diz não ter recebido nada.

O diretor de tevê suspeita que o dinheiro tenha ido parar na campanha de Costa. “Acho que o Uadji já deu o dinheiro que tinha que dar para o Hélio Costa”, afirma Talma. “Por que, de repente, essa coisa toda é de graça?

Pensa bem.

O processo não tinha tramitado nem tinham julgado tudo.

Havia recursos na Justiça”. É isso o que o Ministério Público quer saber.