Na foto, o deputado federal Inocênco Oliveira, que recentemente afirmou estar feliz por ter deixado o atraso, num referência ao passado na direita.

Apesar de os pernambucanos, na maioria, não se identificarem com nenhuma corrente idelógica, a análise dos posicionamentos de forma desagreada, na pesquisa da Nassau sobre o que pensa o eleitor pernambucano, fica evidente que existe uma forte tendência à esquerda.

De acordo com o levantamento, em sua maioria, a população eleitoral de Pernambuco é composta por pessoas que são contrárias à privatização de empresas estaduais, como a Celpe, são favoráveis à responsabilidade do Estado na previdência social, concordam que o Estado intervenha no mercado e aceitam que o Estado subsidie ONGs. “Notadamente, as políticas liberais adotadas por FHC foram impopulares para o povo pernambucano.

Sem dúvida, nesse aspecto, os leitores semostram mais tendentes aos paradigmas de esquerda ou social-democracia”, analisam os pesquisadores da Nassau. “Isto não é agenda de esquerda, é uma agenda do atraso”, reagiu, no meio da tarde, o ex-ministro da Economia e depois Meio Ambiente Gustavo Krause, em contato com o blog por telefone.

De acordo com o levantamento, 16% dos entrevistados disseram ser de esquerda, contra 12% que disseram ser de direita.

Outros 5% disseram ser de centro-esquerda e 5% de centro.

Outros 2% se declararam como de centro direita.

No entanto, a maior parte, com 40%, afirmou não ter posição ideológica definida.

Outros 21% não souberam responder.

Quando o tema é intervenção no mercado econômico, 45% concordam que o Estado deve intervir nele, 29% são favoráveis à intervenção apenas em grandes crises e 10% optam pela ortodoxia liberal, afirmando que nunca deveriam interferir no mercado.

Ou seja: de acordo com a pesquisa, o povo pernambucano acredita que o Estado como ator ativo na economia possa trazer mais justiça e mais segurança social.

No mesmo levantamento, os pesquisadores perguntaram a opinião dos entrevistados sobre o financiamento da previdência.

Nada menos que 71% dos entrevistados afirmam ser favoráveis que o Estado continue responsável pela Previdência Social, enquanto 12% colocam-se contrários. “As pessoas preferem a segurança do Estado ao investirem em uma aposentadoria.

O medo de um calote no futuro pode ser uma das prováveis causas desse repúdio aos serviços de previdência privada”, acreditam os autores da obra O Que Pensa o Eleitor Pernambucano?, Adriano Oliveira, Carlos gadelha Júnior e Roberto Santos.