Os eleitores pernambucanos são favoráveis à estabilidade dos servidores públicos.

Pelo menos 53% dos eleitores ouvidos pelo Instituto Maurício de Nassau para o livro O Que Pensam os Eleitores Pernambucanos? disseram que sim.

No entanto, conforme vai aumentando o nível de renda e de instrução, também cresce o percentual de eleitores contrários à estabilidade.

De acordo com os números da pesquisa, 23% dos que recebem mais de cinco salários mínimos e 18% dos que tem nível superior completo são contrários à estabilidade do servidor público.

O resultado da enquete não surpreende, uma vez que a maioria também revelou aceitar que o Estado pode tudo, fenômeno conhecido como estadolatria.A questão da estabilidade é polêmica porque, entendem muitos, a estabilidade no serviço público inibe a eficiência estatal, uma vez que os indivíduos, por não poderem ser demitidos, não se esforçam para atender ás demandas da sociedade.

No atual governo houve um episódio que deixou bem claro esse embate entre a busca da produtividade e o esforço pela manutenção da estabilidade.

Foi o caso da implantação das fundações públicas na gestão dos hospitais, logo combatidas pelos sindicatos como privatização da saúde.

Como podem ser desligados, a expectativa é de que os funcionários destes novos hospitais trabalhem com mais dedicação.

Qual é a razão da greve?

Segundo eles, o governador Eduardo Campos não deve transformar os hospitais públicos em Fundações.

Ora, já é Lei.

Portanto, não tem o que discutir.

Segundo: os servidores manterão os seus direitos.

Menos um.

A partir de agora eles serão cobrados.

Terão metas.

Irão prestar contas.

Em todo canto, há os servidores que trabalham com dedicação.

Mas existem outros que não estão nem ai.

Ocorre que serviço público não é cabide de emprego.

O serviço público presta serviço ao público.

Este deve ser bem atendido.

Na pesquisa da Nassau, mesmo considerando que a estabilidade do servidor público pode afetar na eficiência e na qualidade dos serviços públicos, 53%, favoráveis à estabilidade, não consideram a estabilidade como fator que pode proporcionar a falta de qualidade e a eficiência dos serviços públicos. “Ser favorável à estabilidade do servidor público é mais um indicador de que considerável percentual de eleitores compreende que o estado pode tudo, inclusive dar-lhe estabilidade.

Destacamos que 53% que aprovam a estabilidade não reconhece ou não se importa com as limitações fiscais do Estado para mantê-lo economicamente por um bom tempo, já que a estabilidade dificulta a demissão”, escrevem os autores do livro.

No livro, os pesquisadores da Nassau levantam uma tese para explicar o fenômeno.

O forte apoio à estabilidade do sertor público pode representar a busca de privilégios no interior do Estado ou a manutenção deste (se for funcionário púboico). “Por que privilégios?

A estabilidade fornece meios ao servidor público que lhe dificultam a demissão, mesmo diante da sua ineficiência, e por consequência, a do estado”