Articulistas e cientistas políticos escrevem sobre as diferenças entre o Lula candidato e o Lula presidente.
O povo comenta que o presidente não é o mesmo das épocas sindicais e eleitorais pré-2002.
Analisando essa mudança na orientação política de Lula, o escritor catarinense Ubaldo C.
Balthazar estreou na ficção política com o livro Quem matou Lula da Silva?, que narra o assassinato do candidato à presidência e sua substituição por um irmão gêmeo desconhecido de todos. “A idéia para a fantasia contada nesse livro surgiu com a mudança notável de orientação política que Lula imprimiu ao seu governo, em relação ao que pregava antes da Carta aos Brasileiros.
Até hoje, muita gente (de esquerda, principalmente) não perdoa o atual presidente brasileiro pela transformação sofrida”, conta Ubaldo C.
Balthazar, autor do livro. “Daí que uma explicação possível tenha sido uma troca por um sósia fisicamente perfeito, mas de ideologia não tão igual”, completa.
A troca foi necessária devido à confiança que o povo brasileiro depositava em Lula e na importância de sua imagem dentro do projeto político traçado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), iniciado nos anos de 1980.
Outro candidato escolhido de última hora jamais alcançaria o mesmo percentual nas pesquisas eleitorais ou a mesma popularidade de Lula.
No enredo da história, Ubaldo justifica os principais aspectos de mudança na postura de Lula, como a assinatura da Carta aos Brasileiros mesmo respeitando os antigos contratos e obrigações do país, a mudança de comportamento político em relação “às elites”, sua independência em relação ao partido, a conduta tão reservada da primeira dama, entre outras diferenças no comportamento do candidato.
Quem matou Lula da Silva?
Ubaldo C.
Balthazar Editora Cia dos Livros 132 páginas R$ 24,90 Sobre Ubaldo C.
Balthazar Professor de Direito Tributário na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e vice-diretor do Centro de Ciências Jurídicas da UFSC, Ubaldo possui sete títulos publicados na área jurídica.
O livro Quem matou Lula da Silva? é sua primeira incursão na ficção política.
O escritor foi um dos fundadores do PT em Florianópolis.
Doutorou-se em Direito na Universidade Livre de Bruxelas, Bélgica, onde residiu entre 1984 e 1989.
Também atuou como jornalista, tendo militado na imprensa catarinense nos anos de 1970, no extinto jornal O Estado, de Florianópolis.