Por Sheila Borges, no JC de hoje Mais um problema para a campanha do candidato a governador pelo PMDB, o senador Jarbas Vasconcelos.

O ex-prefeito de Gravatá Joaquim Neto (PSDB) – candidato a deputado estadual e, até ontem, aliado do peemedebista – aderiu à campanha do governador-candidato Eduardo Campos (PSB).

Os dois conversaram, ontem, na sede do PSB por mais de uma hora.

A Frente Popular já dá como certa o reforço também do atual prefeito, Ozano Brito, outro filiado do PSDB.

A presença de Ozano no encontro de ontem chegou a ser anunciada pela equipe de Eduardo.

Joaquim Neto explicou, contudo, que o prefeito não compareceu porque realiza hoje uma cirurgia no estômago.

E não assegurou a adesão.

Para os assessores do governador, o desembarque de Ozano é certo.

Tanto que na matemática palaciana, dos 17 prefeitos pernambucanos eleitos pelo PSDB em 2008, só dois estão com Jarbas: Padre Marcos, de Ibimirim, e Elias Gomes, de Jaboatão.

A decisão de Joaquim Neto, que dias atrás estava com Jarbas e o presidenciável José Serra (PSDB) em Gravatá, azeda ainda mais a relação já conflituosa entre o PSDB e o PMDB.

Os problemas começaram quando o senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, decidiu abrir mão da reeleição e se candidatar à Câmara dos Deputados.

Continuaram quando ele resolveu não pressionar os seus prefeitos para votar em Jarbas.

E aprofundaram-se quando o ex-deputado Egídio Ferreira Lima (PSDB) – em entrevista ao JC – lembrou do envolvimento de Guerra no episódio dos anões do orçamento.

O senador foi inocentado no caso e sente-se incomodado quando o fato é relembrado.

O ex-prefeito de Gravatá fez questão de dizer que não foi “cooptado” pelo Palácio.

Disse que o gesto foi pessoal, em função da “forma como foi tratado pelo PMDB”, que apoia a candidatura a deputado estadual do vereador daquela cidade Danilo Melo (PMDB).

Garantiu que não houve a interferência de Sérgio Guerra. “Estava com Jarbas desde 1998.

Não tive a atenção e o reconhecimento que merecia.

Não fui recebido por ele quando fui pessoalmente ao Debate (escritório de Jarbas) na sexta-feira (23).

Foram 12 anos como aliado”.

Ontem, antes de conversar com Eduardo Campos, o ex-prefeito recebeu um telefonema de Duffles Pires (PSDB), vice-prefeito de Paulista e que pertence ao grupo político de Sérgio Guerra, para marcar uma reunião com Jarbas.

Joaquim disse ter respondido que “já é tarde”.

Até ontem pela manhã, o ex-prefeito esperou que o PMDB retirasse a candidatura de Danilo Melo, o que não ocorreu.

Mesmo com a adesão ao palanque do governador, Neto garantiu que continuará apoiando o presidenciável José Serra (PSDB).

E que que ainda vai decidir em quem votará para o Senado.

Eduardo estava visivelmente satisfeito.

Assegurou que vai administrar a situação em Gravatá, já que apoia a candidatura a deputado estadual de Bruno Martiniano (PTB), adversário de Joaquim Neto. “Não será a primeira vez que enfrento uma situação dessas.

Já falei com Bruno, que reconheceu a importância de obter mais um apoio para a minha campanha”, argumentou.

O governador espera agora o anúncio oficial de Ozano, que já votou nele no primeiro turno da eleição de 2006. “Muitos que estão no PSDB já estiveram no PSB.

A relação mais conflituosa é maior com o DEM do que com nossas forças”, disse.