Por Sérgio Montenegro Filho, no caderno de política do JC deste sábado Ficou ainda mais visível ontem o clima de distanciamento envolvendo os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Sérgio Guerra (PSDB), ontem, durante a visita do presidenciável tucano José Serra ao Estado.

Os dois aliados trocaram apenas um rápido cumprimento, mas não caminharam juntos ao lado do candidato tucano.

Pelo contrário, procuraram sempre manter uma distância regulamentar nos eventos que participaram, tanto em Caruaru como em Gravatá.

Enquanto Jarbas chegou ao Aeroporto de Caruaru acompanhado de Serra e Marco Maciel, no jatinho do presidenciável, Sérgio Guerra preferiu vir de carro. “Gosto de dirigir”, desconversou o tucano, que chegou atrasado, quando a caminhada de Serra no Centro da cidade já havia começado.

Mas negou o distanciamento. “Isso não existe.

E não falo sobre o que não existe”, afirmou.

Jarbas, ao contrário, não se preocupou em disfarçar o clima tenso.

Ainda no Aeroporto de Caruaru, quando questionado sobre a ausência do tucano, foi curto e direto: “Perguntem a ele (Guerra).

Eu não o vi hoje”.

Mais tarde, Jarbas soube da presença de Guerra quando o locutor da campanha o anunciou.

Após meia hora de caminhada, os dois terminaram se cruzando, e tiveram que se cumprimentar.

Em reserva, aliados presentes aos eventos confirmaram que os dois praticamente não se falam desde quando Guerra desistiu de disputar a reeleição ao Senado.

Além disso, Jarbas também estaria irritado com o fato do aliado, mesmo sendo o principal líder do PSDB no Estado, não ter conseguido “segurar” a debandada de prefeitos tucanos para o palanque do governador Eduardo Campos (PSB). “Em todas as minhas bases, peço votos para Jarbas.

Mas não sou dono de prefeito algum, não sou coronel do asfalto nem do Sertão.

Não posso obrigar os prefeitos a votarem nele”, reagiu Sérgio Guerra.

Quanto ao fato de o seu contato com o peemedebista ter diminuído nas últimas semanas, o tucano atribuiu à falta de tempo, por estar sempre ocupado com a coordenação da campanha de Serra no País. “Viajo cinco dias por semana.

Não tenho tempo nem pra me coçar.

Ainda não cuidei sequer da minha campanha para deputado federal”, concluiu.