No jornal Meio & Mensagem Online Sites e redes sociais estão replicando comentários a respeito do fim da edição impressa do Jornal do Brasil, o que seria decidido entre esta quarta-feira, 14, e a quinta-feira.
A decisão pela extinção do diário impresso seria tomada nesta semana, conforme apontou O Globo na segunda-feira 12.
Esses rumores logo movimentaram a internet.
No entanto, o diretor administrativo do jornal, Humberto Tanure, irmão do empresário Nelson Tanure, disse que nada havia sido definido.
Segundo ele, a decisão caberá ao conselho de administração e empresarial de Docas Investimentos (holding que administra a marca) e que todos os comentários a esse respeito são mera especulação. “Não há definição sobre isso.
Se já tivéssemos uma definição eu, como diretor administrativo, seria o primeiro a saber.
As afirmações dadas são especulativas.
São uma fábula”, declarou Humberto Tanure.
Quanto à saída de Pedro Grossi da presidência do JB - outro fato comentado na rede -, Humberto Tanure limitou a dizer que o executivo continua como presidente da publicação.
Procurado pela reportagem, Grossi não atendeu o celular e não foi encontrado na sede da empresa.
Nelson Tanure também não foi localizado.
O M&M Online, porém, conseguiu contato com Eduardo Jácome, diretor da Docas Investimentos.
Ele afirmou nesta terça-feira, 13, que a decisão de manter o JB no meio digital apenas é definitiva e deverá ser anunciada em breve.
Isso não significa, em suas palavras, que a edição impressa deixará de circular até o fim da semana. “Ir para o digital não significa que o impresso vai acabar amanhã.
Mas a decisão de ir para o digital é definitiva e pode acontecer de hoje para amanhã.
O jornal impresso não acaba assim, de uma vez, porque há todo um processo de transição a ser feito.
Não é algo rápido e as pessoas vão encontrar o jornal nas bancas”, disse.
Além disso, Jacome contou que na próxima semana a família Nascimento Brito terá uma nova rodada de negociações com a Docas Investimentos sobre o licenciamento da marca. “Vamos conversar sobre como ficará a licença da marca para o impresso, na medida em que ela permanecerá no meio digital”, declarou.
Uma imagem disponibilizada pelo iG mostra um anúncio que seria veiculado na edição do JB desta quarta-feira, 12.
Nele, o texto informa que o jornal passa a ser 100% digital em 1º de setembro.
Solução dos internautas No Rio,onde nasceu o JB, diversos leitores lamentavam o fim da publicação impressa nas redes sociais.
E muitos postaram mensagens sugerindo que o empresário Eike Batista, que tem vários empreendimentos na cidade, comprasse o JB para evitar o seu fim.
Independentemente do movimento criado pelos internautas, o que se aventa no mercado é que o Jornal do Brasil poderá voltar às mãos da família Nascimento Brito.
A devolução da marca, que está licenciada desde 2001 à Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), de Nelson Tanure, está sendo negociada com a família.
Segundo Eduardo Jácome, isso não invalida negociações com grupos interessados em manter as operações da publicação.
Jácome diz que o objetivo da CBM e da Docas Investimentos é encontrar uma solução que seja mais viável para a manutenção da marca e do funcionamento da empresa.
Uma dessas soluções passaria pela concentração do JB apenas na internet.
Para isso, dentro do site do jornal há uma pesquisa sobre os hábitos dos leitores no meio digital.
Esse trabalho é feito também por telefone e e-mail. “Estamos analisando todas as possibilidades para o jornal.
A negociação com a família Nascimento Brito acontece de forma conjunta.
Temos uma ótima relação com eles e estamos conversando.
Independentemente da devolução da marca, a negociação com investidores interessados continua e não é prejudicada por isso”, garante o executivo.
Data limite Na redação a rotina de trabalho continua, informam funcionários da empresa.
No entanto, o clima de apreensão é inevitável e comentários dão conta de que o dia 30 de setembro seria a data limite para que a empresa fosse devolvida.
Jácome assegura que a data é mais uma especulação. “Estamos em negociações e fechar a empresa não é o objetivo de Nelson Tanure.
Mas é preciso encarar que em um negócio a possibilidade de encerrar a atividade não deve ser descartada”, ressalta.
Vale lembrar que a CBM tinha um acordo de licenciamento da Gazeta Mercantil, jornal que encerrou suas atividades em junho passado, quando a marca foi devolvida ao empresário Luiz Fernando Levy.