Números.

No universo das redes sociais, eles podem ser sinônimo de popularidade, status, credibilidade.

Ter muitos amigos no Orkut ou muitos seguidores no Twitter faz brilhar os olhos de uma parcela dos usuários da rede mundial de computadores, que utiliza de diversos artifícios para atingir a casa das centenas e dos milhares nos marcadores dessas redes sociais.

Nesse período de eleições, redes como o Twitter tem sido invadidas por perfis de candidatos, e a sedução provocada pelos números tem feito políticos e/ou assessores que querem mostrar serviço recorrer a métodos mal vistos pela comunidade tuiteira.

O primeiro artifício é o mais comum: o uso de scripts, ferramentas que permitem uma adição de perfis em massa.

A lógica é simples: se você passa a seguir milhares de perfis de uma vez, ao menos uma parte deles vai retribuir, seguindo de volta.

O candidato à presidência da República Levy Fidelix (PRTB) foi um dos que se renderam ao recurso, como mostra um post que estava em sua timeline nesta quarta-feira (7).

Para não dar bandeira, o post foi apagado algumas horas depois, mas o Blog registrou “a prova do crime” enquanto ela estava no ar.

Hoje, o candidato tem pouco mais de cinco mil seguidores, e ficam algumas pergunta: quantos foram conquistados através de scripts?

Se o político considera o recurso válido, por que então apagar o post depois de se servir dele?

Seguindo em diante com os métodos para conquistar milhares de seguidores em pouquíssimo tempo, temos uma outra forma de Script mais grave do que a primeira.

Tratam-se de códigos que adicionam perfis fantasmas como seguidores de quem os utiliza.

São pessoas que não existem, perfis criados simplesmente para figurarem como números.

Pois bem, passemos a exemplos locais.

Quem abre o perfil do candidato a deputado federal Geraldo Cisneiros (PSDB-PE) certamente vai se impressionar com a quantidade de seguidores: mais de 72 mil!

Mas olhando atentamente, podemos perceber que a grande maioria desses seguidores simplesmente não existe, são perfis “fakes”.

Basta observar que tais perfis possuem 0 seguidores.

Isso mesmo, ZERO seguidores.

Nesta quarta-feira, um outro artifício desse tipo gerou comentários entre alguns usuários do Twitter.

Isso porque, do nada, 32 mil perfis reais passaram a seguir o candidato a deputado federal Jorge Côrte Real (PTB-PE).

O detalhe é que essas pessoas nunca o adicionaram, e ficaram espantadas ao encontrar o político na sua lista de seguidos.

Como nada passa despercebido pelos usuários do Twitter, eles logo perceberam que o perfil @naoehamor, que postava frases engraçadas sobre amor, se transformou no perfil pessoal do político.

Isso gerou indignação entre os internautas, que se sentiram lesados pela invasão não autorizada.

Um dos usuários reclamou com essa mensagem: É curiosa a comparação entre o perfil anterior de Côrte Real, que contava com 77 seguidores, e o novo perfil, com 32 mil.

Depois que reclamações começaram a surgir na rede social, o perfil com 32 mil seguidores foi retirado do ar, e o perfil @naoehamor assumiu a responsabilidade pelo ocorrido.

Jorge Corte Real voltou a utilizar seu outro Twitter, mudando o nome de @cortereal1411 para @jorgecortereal.

Ele ainda escreveu um post para comentar os fatos: Moral da história: na maioria desses casos, o tiro sai pela culatra.

A lição que os candidatos e assessores políticos devem tirar disso é que os usuários de redes sociais não são bobos e vão utilizar o Twitter como alto-falante cada vez que se sentirem lesados com a atitude de um político.

Se o Twitter pode ser um instrumento de auxílio nas campanhas políticas, ele também pode derrubar candidatos que não respeitem as regras de utilização impostas pela própria comunidade.

PS do Blog: o Blog de Jamildo tem mais de 3 mil seguidores, mas, chato né?, todos chegaram aqui por suas próprias mãos.

Ainda me dou ao luxo de recusar alguns malucos e chatos de galocha. https://twitter.com/blogdejamildo