Como era de se esperar, o tema da saúde já permeia o debate eleitoral.

No começo da semana, na surdina, sem avisar a imprensa, o senador Jarbas Vasconcelos, candidato ao governo pelo PMDB, criticou a gestão de Eduardo Campos na área, depois de reunir-se com dirigentes do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).

Jarbas foi ouvir propostas do setor para o seu programa de governo.

Na saída, disse que a política para a Saúde não deve “se restringir a construir novos prédios”. “O que mais tenho ouvido no interior são queixas por conta do esvaziamento dos hospitais regionais”, disse Jarbas, numa crítica direta à iniciativa do governador Eduardo Campos (PSB) de construir três hospitais (em quatro anos de gestão), dois deles já entregues.

Na seqüência, foi a vez do candidato ao governo do Estado pelo PV, Sérgio Xavier, fazer uma visita a direção do Sindicato dos Médicos de Pernambuco.

Também saiu defendendo a valorização dos médicos no interior e reclamando da administração dos hospitais públicos pelas organizações sociais. “A única coisa que avançou nesse governo foram os prédios”, reclamou o candidato, repetindo o discurso usado pelo candidato da coligação Pernambuco Pode Mais.

Há um mês Xavier fez uma visita ao Hospital da Restauração e também fez críticas ao desenvolvimento do sistema de saúde durante a gestão do PSB, defendendo a necessidade de “inovação”.

Mas que inovação?

A vice da chapa, Nelly Queiroz, defendeu um sistema de saúde integrado com programas de outras áreas. “Você não pode pensar nas políticas públicas de maneira individualizada.

A saúde tem que estar integrada com a educação continuada e o saneamento básico.” Mais vago, impossível.

Nos dois casos, fica claro que os dois candidatos não tem propostas concretas para a área e estão apenas fazendo média com a coorporação médica, atropelada pelo governo para implantar as mudanças.

Vá lá que seja algo legítimo, uma vez que estão em campanha e precisam de votos, em especial entre os descontentes.

No entando, pessoalmente, acredito que não seja inteligente criticar as obras dos hospitais.

Que reação terão as pessoas que estão sendo atendidas nestes novos estabelecimentos?

Estão achando ruim ou bom?

A oposição a Jarbas, quando ele buscou a reeleição, cometeu o mesmo erro de avaliação, ao criticar a construção da BR 232, dizendo que foi milionária e coisa e tal.

Para o povo, acredito, essas críticas não colam.

O importante é que a obra foi feita e entregue, além de ajudar e muito no desenvolvimento do Agreste.Pessoalmente, acredito que Eduardo tem um mérito que nenhum dos adversários pode tirar nestas eleições.

A coragem de mudar.

Há mais de 20 anos não se fazia nada diferente no setor, justamente por medo das corporações médicas.

Também teve coração política, porque foi buscar inspiração nas ações de José Serra na saúde em São Paulo para propor as mudanças no setor.

Vamos esperar o salutar debate, já que a campanha está apenas começando.

No final, as urnas é que vão decidir se houve acerto ou não.