(Reprodução enviada ao blog pelo deputado, para ilustrar o post) Saudade do passado?

Do vivido pela saúde, não!

Por Isaltino Nascimento Uma dose de saudosismo não faz mal a ninguém, principalmente quando o evento recordado traz boas lembranças.

Mas quando olhar para trás significa atraso, más recordações e situações das quais é melhor nem lembrar, o recomendável é trabalhar no presente para construir um futuro diferente. É isso que acontece hoje na saúde de Pernambuco.

Que saiu de um passado caótico e agora experimenta os efeitos de uma reestruturação ampla, iniciada em 2007, com a combinação de ações de curto e longo prazos para tornar o sistema mais eficiente e humano.

Só quem tem saudade deste passado tenebroso é que se arrisca a propor a troca entre o serviço público de saúde que existe hoje pelo que cambaleava no governo anterior.

Ou será que há quem tenha se esquecido daquele tempo?

Anexo a este artigo algumas capas de jornais daquela época, mas bastam algumas linhas para que todo aquele turbilhão causado pela falta de gestão na saúde venha à memória: hospitais superlotados, número de leitos insuficientes, dificuldade para conseguir atendimento ambulatorial e também nas emergências, entre outras dificuldades.

O Hospital da Restauração virou um emblema: macas pelo chão, pessoas desesperadas em busca de atendimento, falta de profissionais, corredores lotados.

Imagem que ainda perdurou enquanto a gestão atual arrumava a casa e preparava as mudanças ora implementadas.

E agora, quem diria, o Hospital da Restauração virou notícia de jornal por ostentar corredores vazios, já que só recebe as demandas de alta complexidade para o qual está preparado.

Isso sem prejudicar os atendimentos de média e pequena complexidade, que passaram a ser feitos na unidade recém construída na área externa do HR.

E não é só isso.

Quem tem saudade do passado caótico, de incertezas para quem buscava atendimento médico, esquece que naquele período o Estado deixava de realizar 5 milhões de atendimentos a cada ano – segundo estudo realizado em 2007 – e que há 40 anos não se construía um hospital em Pernambuco.

Os saudosistas do caos bem que poderiam dar uma passadinha nos hospitais Miguel Arraes, em Paulista, e Dom Helder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho, e perguntar às pessoas que estão recebendo atendimento de qualidade se elas gostariam que tudo voltasse a ser como era antes.

Vale apena também uma circulada nas nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) inauguradas até agora para saber dos pacientes se eles preferem que tais serviços sejam desativados.

Ou quem sabe ir às unidades hospitalares reformadas, como o Otávio de Freitas e o Getúlio Vargas, ou ao Hospital do Câncer, com a gestão adotada pela atual administração depois de minguar sem ajuda, para saber se eles querem voltar à situação de dezembro de 2006.

Não adianta dizer que o interior está desamparado, pois a reestruturação na saúde também já está modificando cenários fora da Região Metropolitana.

Ou se esqueceram da reabertura do Hospital Ermírio Coutinho, em Nazaré da Mata, beneficiando 120 mil pessoas em Aliança, Buenos Aires, Tracunhaém e Vicência.

E da inauguração do Hospital de Traumas de Petrolina, o mais importante do Sertão, e a criação de 16 novos leitos obstétricos no Hospital Fernando Bezerra (Ouricuri), ampliado a assistência a gestantes e parturientes.

Poderia alongar-me mais e elencar uma série de outros investimentos na saúde.

Contudo, a mensagem já pode ser entendida por quem sabe que esta é uma área na qual não cabe eleitorização do debate.

Para fechar, uma pergunta: Será que os pernambucanos deixarão de apoiar as conquistas obtidas nos últimos três anos e meio para voltar àquela era de caos?

Isaltino Nascimento, deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembleia Legislativa (WWW.twitter.com/isaltinopt), escreve para o Blog todas às terças-feiras.