O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) recebeu ontem, no último dia do prazo legal, as solicitações de registros de candidatura para as próximas eleições.
No total, 570 almas bem intencionadas planejam obter um mandato de deputado estadual.
Com esta demanda, há uma média de 11,6 postulantes por vaga.
Em 2006, a concorrência ficou em 10,4 para uma cadeira.
Em tese, a conquista por uma das 49 cadeiras da Assembleia Legislativa este ano está mais ‘acirrada’ do que há quatro anos. É preciso muito boa vontade ou ingenuidade para se afirmar que a disputa à Assembleia será mais acirrada.
Não sei porque não se diz que o pobre está comendo mais e, com mais força, tomou gosto pela disputa política.
A maioria não tem a menor chance e sabe disto.
Ou foi picada pela mosca azul ou apenas ajuda a fazer cauda para os políticos profissionais.
A legislação até ajuda a pantomima ao liberar os funcionários púbicos a disputarem uma vaga com a dispensa do trabalho. É gente que vai ganhar uma laminha para sair entregando panfleto em dobradinha com algum magano da política.
O acesso ao parlamento estadual já está decidido entre eles e cabe ao clube milionário que domina as tais bases pelo interior e capital.
No ano passado, chegamos ao requinte de ver lideranças políticas admitirem de público a partilha dos votos, de cabestro, é claro, do ex-deputado federal e ministro José Múcio Monteiro, enganchado vitaliciamente no TCU a mando de Lula e a pedido de Eduardo Campos, pelos bons serviços prestados.
São os coronéis modernos, bonitinhos apenas nos discurso, mas igualmente arcaicos.
Combinar o voto com o eleitor, persuadi-lo com boas propostas?
Mais fácil Dunga combinar o resultado com os holandeses.
Não é por outro motivo que chegam na Assembleia e dão às costas ao povo, precisando fazer apenas alguma figuração em momentos de crise.
Sabem que chegaram lá por outros modos de convencimento.
Até no jornalismo essa prática deletéria causa estragos.
Sabe-se de casos de ‘profissionais’ que abandonaram o batente para viver do dinheiro fácil da política, aquele que não tem origem conhecida e é pago por fora, com a concordância do prestador de serviços, que se livra do IR e outros impostos a pagar.
Trabalham somente a cada dois anos, ganham os tubos, como se diz popularmente, e passam o restante do tempo flanando, dando lições de ética aos outros mortais.
O pior é virar ícone das novas gerações, exemplo a ser seguido, pela esperteza ao ganhar a vida sem muito esforço.
Estamos mesmo perdidos.