Por Bernardo de Mello Franco da Folha de São Paulo A três meses das eleições, a maioria dos brasileiros ignora os nomes dos candidatos a vice-presidente e afirma que eles não terão qualquer influência em seu voto.De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, 58% dos eleitores do país dizem que não pensarão no vice ao escolher um dos presidenciáveis.
Outros 25% afirmam que o segundo nome da chapa influenciará pouco sua decisão de voto, e apenas 17% admitem levá-lo muito em conta diante da urna eletrônica.
Os eleitores com maior grau de escolaridade são os que mais se importam com o vice.
Dos que concluíram o ensino superior, 46% dizem que ele não exerce qualquer influência sobre seu voto, e 19%, que influencia muito.
No grupo que não ultrapassou o ensino fundamental, o percentual de brasileiros que dizem não se importar com o vice salta para 64%.
Os que afirmam se importar muito são 14%.
Como só 13% dos eleitores têm ensino superior, a balança pende contra o papel dos vices na corrida presidencial.
ANONIMATO A pesquisa também revela que os candidatos a vice são desconhecidos do eleitor.
Dos entrevistados, 94% não souberam dizer o nome do companheiro de chapa de Dilma Rousseff (PT).
A desinformação chegou a 96% com José Serra (PSDB) e a 98% com Marina Silva (PV).
O vice mais citado (6%) foi o de Dilma, Michel Temer (PMDB), que teve a indicação confirmada em maio.
Mesmo assim, 1% apontou outros nomes na chapa petista.
A longa indefinição sobre o vice de José Serra (PSDB) confundiu os eleitores.
Descartado por pressão do DEM, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) foi citado por 2%.
O deputado Indio da Costa (DEM-RJ), que herdou a vaga na tarde de quarta-feira, por 1%.
A pesquisa foi realizada entre quarta e quinta-feira da semana passada.
Vice de Marina Silva (PV), o empresário Guilherme Leal foi citado por 1%.
Outro 1% respondeu com expressões como “empresário” e “dono da Natura”, mas não soube dizer seu nome.
A escolha do vice se arrastou como novela nas campanhas dos três protagonistas da corrida presidencial.
Michel Temer enfrentou bombardeio de petistas e até do presidente Lula antes de ser confirmado como vice na chapa de Dilma.
A recusa do ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) deixou Serra sem vice até a semana passada.
Quando ele pensou ter resolvido o problema, com a indicação de Alvaro Dias, o DEM promoveu uma rebelião que quase implodiu seu palanque.
A vaga de vice de Marina foi oferecida ao PSOL, mas o partido optou pela candidatura própria.
Plano B, Leal atrasou a decisão por meses, alegando razões pessoais.