Os moradores de Gameleira, na Mata Sul, um dos 27 municípios pernambucanos em situação de emergência em função das enchentes dos últimos dias, terão uma oportunidade de recomeço.
Um projeto de construção de um conjunto habitacional e um parque ecológico na cidade está sendo desenvolvido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma), que coordena o escritório do Governo do Estado em Gameleira, em parceria com a Prefeitura Municipal.
O plano arquitetônico, entregue ao governador Eduardo Campos essa semana como parte da operação Reconstrução , visa “redesenhar” o novo espaço urbano na cidade, evitando o retorno da população ribeirinha aos locais de risco e melhorando sua qualidade de vida.
As duas ações do projeto, denominado Urbanismo de Emergência, começarão a ser executadas ainda neste mês de julho.
A primeira, de curto prazo, é a construção de um complexo habitacional para as 521 famílias que tiveram suas casas atingidas pelas fortes chuvas.
Cada moradia terá 60,9 m² e será erguida num espaço de 9 hectares, localizado na Rodovia PE 63, a 3 km do Centro da cidade.
A área foi cedida pela Usina Estreliana ao Governo do Estado.
A previsão é que as casas sejam concluídas em outubro, beneficiando cerca de 3 mil pessoas do local.
A idéia é aproveitar os desalojados como mão de obra na edificação das novas moradias, elevando sua auto-estima e contribuindo para a geração de emprego e renda no município.
Já a construção do parque ecológico, tem o objetivo de ocupar, de forma sustentável e ecologicamente correta, o perímetro da margem do rio atingido pelas enchentes, que compreende parte dos quatro maiores bairros do município (Santa Maria, Nova Gameleira, Matadouro e Centro).
O espaço público, que deverá ser construído num período de seis meses, terá quadra poliesportiva, praça com playground, pista de cooper, pista de bicicross, academia das cidades, mirante, além da implantação de mata ciliar nos dois lados ao longo do rio (15 m).
O secretário executivo de Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Sectma, Aurélio Molina, acredita que, com a persistência e a intensidade dos fenômenos climáticos, não se pode permitir a permanência da população ribeirinha nos locais atingidos pelas enchentes sem que nada seja feito. “Temos que contar com ações preventivas para que isso seja evitado.
Vimos no parque público uma solução pertinente, que ainda contribui para conscientizar a população na defesa da área verde”, explicou Molina, que acredita que a iniciativa deve ser replicada em outras cidades atingidas pelas enchentes.