As pesquisas Ibope e Datafolha feitas após a veiculação dos comerciais de 30 segundos do PSDB salvaram a campanha de José Serra de uma crise.

O tucano concentrou toda a sua propaganda em junho, para tentar barrar a ascensão de Dilma Rousseff (PT).

Aos 45 do segundo tempo, ele conseguiu voltar a empatar com a petista.

Mas nem todos os problemas do tucano se acabaram.

A mesma sondagem Ibope que põe os dois lado a lado nas simulações tanto de 1º quanto de 2º turno mostra que Dilma é cada vez mais favorita, ao menos na opinião dos eleitores.

O seu favoritismo passou a ser apontado por 45% do eleitorado (era 40% há um mês).

Só 34% acham que Serra vai ganhar a eleição.

A percepção de vitória é um importante combustível de campanha -tanto do lado financeiro quanto do psicológico.

Ainda segundo o Ibope, mais eleitores, principalmente do sexo feminino, se lembram de terem visto as propagandas de Serra, em comparação com as de Dilma.

Isso pode explicar a oscilação positiva do tucano na última semana.

Os spots de 30 segundos se misturam à programação da TV e do rádio e, por isso, são muito mais eficientes como propaganda eleitoral do que os programas partidários de 10 minutos.

No dia 5 a corrida começa oficialmente.

Dilma e Serra largam lado a lado, mas com bagagens muito diferentes.

Ela faz de tudo para mimetizar Lula.

Ele aposta no próprio currículo.

E Marina Silva (PV) corre por fora, bem por fora.

O início formal da campanha tem consequências práticas.

Lula poderá repetir o nome de Dilma quantas vezes quiser, sem medo de ser multado de novo (seria a 7ª vez) pela Justiça eleitoral.

Ao menos não por campanha antecipada.

Lula tem sido o principal motor do crescimento de Dilma nas pesquisas.

Por outro lado, começarão os debates entre os candidatos, e Dilma será o alvo preferencial de todos os adversários.

A falta de experiência em eleições levanta dúvidas sobre seu desempenho nesses embates.

Inclusive se ela irá ou não comparecer.

O cenário econômico e a percepção de vitória favorecem a candidata governista, mas há 90 dias de campanha pela frente, com direito a discursos de improviso, entrevistas quebra-queixo, debates e propaganda no rádio e na TV.

Como diz aquele forró, tudo pode acontecer, inclusive nada.