Do Jornal do commercio Ciente de que a eleição será marcada por duros embates no Judiciário, principalmente sobre o conteúdo do guia, espécie de catalisador das campanhas atuais, o presidente do TRE, Roberto Ferreira Lins, manda o recado, “numa linguagem rasteira”, de que não gostaria de ver “baixarias” na campanha.

JORNAL DO COMMERCIO – Qual a expectativa do senhor para esta eleição, que já era considerada histórica antes mesmo das convenções dos partidos?

ROBERTO LINS – É evidente que, como cidadão e presidente do TRE, a minha expectativa é que a campanha transcorra dentro de um elevado conteúdo moral.

Lógico que todos os candidatos, trazendo suas propostas, questionando o que acreditam que deve ser questionado.

Mas sempre de uma maneira elevada.

JC – A partir do dia 17 de agosto, quando começa o guia eleitoral, o confronto tende a crescer.

Esta expectativa de tensão na campanha preocupa?

LINS – Falando o mais simples possível, o mais rasteiro, numa linguagem que todos entendem, espero uma campanha política sem baixarias.

Apenas isso.

E tenho certeza de que isso será seguido por todos.

JC – Assim como nas eleições passadas, o tribunal vai ser chamado a se posicionar sobre as dezenas de pedidos de direito de resposta no guia…

LINS – Isso é inerente ao processo eleitoral.

JC – Mas como diferenciar a crítica política e administrativa das ofensas?

LINS – O tribunal tem seus juízes auxiliares (Antônio Melo, Cândido José da Fonte Saraiva e Raimundo Nonato).

São eles que recebem, em primeiro lugar, essas reclamações e analisam o pedido.

Não há censura prévia.

Tudo deve ser provocado pelos interessados para que o tribunal venha a atuar.

O importante é que as decisões sejam homogêneas, num mesmo sentido, para todos os envolvidos.

Costumo dizer que o grande dever do tribunal é não permitir que o direito de um seja arrancado por outro.