Fábio Guibu, da Folha de São Paulo O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse hoje, em Maceió (AL), que a decisão de escolher o vice da sua chapa, Indio da Costa (DEM-RJ), foi dele, e não do partido aliado. “Não houve pressão, nenhuma pressão”, afirmou. “Eu poderia ter escolhido [um candidato] do PSDB ou do DEM, mas tinha um rapaz que eu particularmente gostava”, declarou, referindo-se ao deputado federal do Rio.
Segundo o tucano, “em nenhum momento” houve recuo na sua decisão de manter o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) como seu vice, por imposição do DEM. “Dias ia permanecer vice, acontecesse o que acontecesse com outros partidos e tudo mais”, declarou.
A mudança, afirmou, ocorreu porque Osmar Dias (PDT-PR), irmão de Alvaro, decidiu disputar o governo do Paraná, apoiando a coligação da candidata petista, Dilma Rousseff.
Para Serra, a chapa puro-sangue “acrescentava votos nitidamente”, mas “não deu certo porque houve a mudança de uma das pessoas que tinha se comprometido”. “Isso acontece na vida.
Aquele esquema se desfez, e nós partimos em poucas horas para escolher outro candidato, que foi um candidato escolhido por mim”, declarou.
Serra disse que, “na escala de política”, o que mais gosta de fazer é “contato com as pessoas” e o que menos gosta é “reunião para discutir cargos”. “Não vou discutir cargos antes de ganhar a eleição e não vou botar ninguém em alto cargo do governo indicado por partido ou por grupo de parlamentares”, afirmou.
Em seguida, criticou o governo federal por deixar “loteados” a Fundação Nacional de Saúde e os Correios.