Por Sérgio Montenegro Filho do Jornalo do Commercio Para efeito de comparação, as duas principais convenções realizadas ontem anteciparam um pouco do clima que deve permear a disputa pelo governo do Estado.
No Parque Amorim, a força do rolo compressor governista – tripulado por 17 partidos – arrastou milhares de pessoas para o Clube Português, onde foi homologada a candidatura de Eduardo Campos (PSB) à reeleição.
No bairro de Afogados, no Clube Atlético de Amadores, uma festa mais modesta – capitaneada por cinco legendas – retratou bem o tamanho da oposição, que oficializou a quarta investida de Jarbas Vasconcelos (PMDB) rumo ao Palácio do Campo das Princesas.
Pessoas de ambos os palanques reconhecem que além de um embate histórico, a eleição deste ano terá um caráter bastante plebiscitário.
Adversários ferrenhos, tanto Eduardo como Jarbas submeterão suas administrações ao julgamento do eleitor.
O curioso é que os dois lados são ramificações de uma mesma linha, que até 1990 – antes da ruptura entre Jarbas e o ex-governador Miguel Arraes – costumava transformar as convenções partidárias em festas antológicas.
Duas décadas depois, os agora ex-aliados tentavam, ontem, demonstrar tranquilidade.
Mas não conseguiam tirar o rival da cabeça.
Nem do discurso. “Nossa convenção não pode ser comparada com a do outro lado, porque lá é chapa branca e aqui é a oposição”, bradou Jarbas.
Numa crítica direta ao governador, o peemedebista garantiu que na sua festa não havia militância remunerada, “nem gente atraída por cargos ou dinheiro”.
Apenas pessoas que foram por vontade própria, mesmo cientes do cenário adverso que a oposição vai enfrentar na campanha.
Quase na mesma hora, Eduardo Campos afirmava que espera calúnia, difamação e baixaria por parte dos adversários, “como fizeram com Miguel Arraes, Lula e Humberto Costa”.
No entanto, ao assegurar ter promovido a “paz política” no Estado, sinalizou que, se depender dele, os ataques devem cair no vazio. “Daqui será sempre para melhor”, resumiu.