A situação dos policiais e bombeiros militares da Mata Sul vem tirando o sono dos diretores da Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS – PE).
Somente em Barreiros, 92 militares perderam tudo nas enchentes.
Na tarde desta quarta-feira, 30/06), PMs e BMs formaram fila para o recebimento de donativos. “O pior é que até o momento não há iniciativa por parte das autoridades para minimizar a situação”. “O Governo deveria dar prioridade a esses profissionais.
Como alguém que tem a função de garantir a segurança da população pode estar em boas condições de trabalho sem casa ou alimento insuficiente?
Mesmo aqueles policiais e bombeiros que não foram atingidos diretamente, eles também estão sofrendo os feitos da catástrofe, pois estão dando assistência aos parentes e familiares PMs e BMs em seus lares ”, conta o diretor da ACS – PE, José Amaral.
Segundo ele, o ideal seria que fossem providenciadas com urgência e, prioritariamente, a construção de casas para a tropa. “Há anos prometeram construir residenciais para os militares da Mata Sul.
A hora é agora.
São pelo menos 300 homens”, conta Amaral.
Para ele, um número considerado pequeno diante da multidão de desabrigados.
A diferença é que são profissionais de fundamental importância para a estrutura do Estado. “Querem liberar empréstimos a juros altíssimos e adiantar o 13º salário.
Um absurdo!
Dá agora e quando chegar no final do ano a verba vai faltar.
Além do mais, fazer o que com R$ 5 mil?
Não compra nem os tijolos!”, questiona o diretor da ACS – PE.
Para ele, o Governo deve repassar, por seis meses, uma bolsa (poderia ser Bolsa Enchente) a todos aqueles PMs e BMs que foram atingidos. “O Estado tem arrecadado milhões de reais e não iria fazer falta”, conclui.
O Governo do Estado recentemente lançou um projeto habitacional prometendo casas para o funcionalismo público, mas, segundo os policiais, até o momento não saiu do papel. “Está na hora de cumprir o prometido”, cobra Amaral.
O soldado Manoel Cipriano Almeida Neto é um dos exemplos quanto a situação dos policiais e bombeiros militares da Mata Sul.
Sua casa é localizada na Rua Álvaro Conrado, próximo ao Rio Carimã.
A água cobriu o primeiro andar da casa.
Ele perdeu tudo, inclusive o recém – comprado guarda-roupa da filha. “Acabei de pagar a primeira prestação”, conta ele consternado, apontado os móveis levados pela correnteza e espalhados na frente da residência.
Cipriano está dividindo casa com oito pessoas da família. “Estava na casa da minha sogra, localizada na parte mais alta da cidade.
Infelizmente tivemos de sair pois, na nova enchente, a água chegou a 40 centímetros”, conta ele que foi para outra residência nas proximidades.
Segundo o soldado, os que tinham melhores condições financeiras alugaram imóveis em São José da Coroa Grande.