Por Nathalia Passarinho, do G1 A Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados investiga um suposto esquema de venda de vagas de garçom e copeiros terceirizados.
Uma ex-encarregada da empresa que presta serviços de manutenção e limpeza para a Câmara cobraria entre R$ 1 mil e R$ 3,5 mil de interessados em trabalhar na Casa, segundo denúncia de ex-funcionários.
O coordenador do Departamento de Polícia Judiciária da Polícia Legislativa, Antonio Carlos de Abreu, disse que foi solicitado ao Ministério Público Federal a ampliação do prazo de investigação, que começou há cerca de um mês. “Pedimos maior prazo para buscar elementos que possam eventualmente comprovar a culpabilidade e averiguar se há mais envolvidos”, disse.
Se houver elementos suficientes contra a ex-funcionária, ela poderá responder a processo por crime de estelionato.
O Ministério Público ainda não se manifestou sobre o pedido de extensão do prazo, que pode ser ampliado de 30 a 90 dias.
Nesta segunda-feira (28), a Unirio, empresa que presta serviços para a Câmara dos Deputados, demitiu a funcionária.
Ela já havia sido afastada do cargo no final de maio, a pedido da Diretoria-Geral da Câmara.
O diretor da empresa, Alexandre Fernandes, alega que não havia como manter a funcionária porque a Unirio, que tem sede no Rio de Janeiro, tem apenas a Câmara como cliente em Brasília. “A Câmara pediu o desligamento da funcionária nas dependências da Câmara.
Independentemente do resultado do inquérito, como prestamos serviços para a Câmara e em Brasília temos apenas contrato na Câmara, não temos outro contrato para alocá-la”, explicou.
Segundo ele, a ex-encarregada sempre foi uma “boa funcionária”. “Nunca houve nada de errado em relação à conduta dela.
Ela quer provar que é tudo inverdade”, disse.
O advogado da funcionária demitida, Clécio Rodrigues, nega as acusações contra sua cliente e diz que deve abrir um processo por calúnia contra os responsáveis pela denúncia.
Ele também estuda processar a Câmara por arbitrariedade. “Até agora não provaram nada.
Ela deve processar a Câmara por arbitrariedade e danos morais.
E [quer processar] as pessoas que fizeram a acusação por calúnia.
Nada foi provado até então.
Isso nunca aconteceu.
A pessoa que fez a acusação o fez com a simples pretensão de prejudicar a imagem dela”, disse.