O blogueiro em Flagstaff, no caminho da rota 66, nos EUA.

Coca só em foto.

Por Fernando Rodrigues, na Folha de São Paulo de hoje A arma de propaganda mais vital na campanha eleitoral são os comerciais curtos espalhados ao longo da programação das emissoras de rádio e de TV.

O eleitor tende a não ter como se desviar desses filmes, em geral de 30 segundos de duração.

Nesse tipo de marketing, Dilma Rousseff (PT) tem vantagem sobre seus adversários diretos, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).

As cinco inserções diárias de 30 segundos às quais a petista terá direito durante os 45 dias da propaganda eleitoral equivalem a mais do que a Coca-Cola teve, nessa mesma modalidade de comercial, no período de janeiro a maio deste ano.

A marca de refrigerante mais famosa do mundo contratou 999 inserções de 30 segundos nas seis principais emissoras de TV do país durante os primeiro cinco meses deste ano -apenas na chamada “praça São Paulo”, a capital paulista e os municípios do seu entorno.

Dilma Rousseff terá 1.125 comerciais com essa duração em apenas 45 dias nessas mesmas seis emissoras que veicularam os filmes da Coca-Cola.

Mas com uma diferença: no caso dos políticos, as propagandas também são exibidas em todos os canais de rádio e de televisão aberta e por assinatura do Brasil.

Nenhum anunciante privado faz uma campanha tão abrangente.

José Serra terá direito à metade do tempo de Dilma quando se trata de inserções de 30 segundos.

Marina Silva só tem 15 segundos por dia e terá esperar sempre 48 horas para acumular 30 segundos.

Mais tempo na TV e no rádio não garante vitória a ninguém.

Há dezenas de casos recentes mostrando fracassos retumbantes dos reis do horário eleitoral.

O exemplo clássico é o de Ulysses Guimarães (1916-1992).

Candidato do PMDB a presidente em 1989, ele tinha 37% a mais que o segundo colocado no ranking de tempo na propaganda oficial.

Ulysses terminou a disputa em sétimo.

O importante parece ser ter tempo na propaganda eleitoral e uma mensagem que ecoe positivamente entre os eleitores.

Foi assim com Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que ganhou o Planalto em 1994 e 1998.

Desta vez, é cedo para dizer qual candidato terá sucesso na TV e no rádio.

Por enquanto, aparecendo ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a petista Dilma sempre subiu nas pesquisas após estrelar comerciais do PT.

Já José Serra e Marina Silva, depois de ir à TV, ficaram quase no mesmo lugar.