Por Wilson Firmo, do Tribuna Popular O colégio Normal Santo Agostinho, no Centro do Cabo, será palco nesta quarta-feira, 30, da reunião mensal do Fórum Estadual Lixo e Cidadania (Flic), das 9h às 12h.

O encontro, que deve reunir diversas lideranças e representantes de entidades ligadas ao segmento de meio ambiente para discutir a polêmica instalação de uma unidade da Recife Energia no município, tem a mobilização dos sites Plantão Cabo, Portal Cabo, Tribuna Popular e a Unetur.

Para a prefeitura, trata-se de uma usina termoelétrica para geração de 35,4 MW/h de energia elétrica a partir de resíduos sólidos (lixo), que poderá ter suas instalações na área que já pertenceu à Alcoolquímica, no Engenho Novo, ao lado da Lanxess (antiga Petroflex).

A proposta do consórcio Recife Energia S/A, formado pelas empresas Qualix Serviços Ambientais, Kogernegy e Serquip, é tratar toneladas de lixo e ainda produzir energia elétrica a partir da instalação de duas Centrais de Tratamento e Destinação de Resíduos (CTDR) na Região Metropolitana, no Recife e Cabo de Santo Agostinho.

As centrais de tratamento e destinação de resíduos vão ocupar uma área total de cerca de 80 mil metros quadrados (55 mil no Recife e 25 mil no Cabo de Santo Agostinho), numa estimativa de criação de 320 empregos diretos e 240 indiretos.

A expectativa é de tratamento de 2,8 mil toneladas de lixo por dia.

Incinerador de lixo - Para o Flic, que congrega várias entidades ambientalistas de Pernambuco, o empreendimento consiste na montagem de um “incinerador de lixo” do Consórcio Recife Energia, que a Prefeitura do Recife tem a intenção de contratar com dinheiro público para queimar todos os resíduos sólidos.

Em nota divulgada à imprensa, representantes do Flic alertam que a “incineração, além de ser a solução de tratamento dos resíduos sólidos mais cara existente no mundo, aumenta o aquecimento global e contribui para agravar o problema das mudanças climáticas”.

Dioxina e furanos - O Flic também reforça sobre graves conseqüências de tal procedimento que “é responsável pela emissão de dioxinas e furanos, as mais agressivas substâncias já existentes na natureza”.

Toda a polêmica envolvendo o assunto e seus conseqüentes impactos ambientais deverão ser tratados durante audiência pública no próximo dia 8 de julho, às 9h, no Clube das Águias do Recife, organizada pela Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH).

Mobilização e protesto– Várias manifestações populares já dão o tom de repúdio e de não aceitação para que se instale o “incinerador de lixo”.

O diretor do site Portal Cabo, o Moura, denuncia que a prefeitura já concedeu anuência do solo sem se quer analisar ou consultar a população. “Isto nos torna reféns deste mega projeto”, protesta ele. “Vamos mobilizar a sociedade cabense e, juntos com os ambientalistas, vamos tirar encaminhamentos que possam tratar essa questão com mais seriedade”, reforçou o diretor do Plantão Cabo, Jairo Lima.

A ex-vereadora Efigênia Maria, lamentou a realização da audiência pública a ser realizada no Recife. “Os mais atingidos e prejudicados seremos nós aqui do Cabo.

Lamentavelmente, será impossível discutir detalhadamente assuntos como os reais impactos que vão atingir o nosso meio ambiente”, protesta ela.

Integram o Flic, as seguintes entidades: MNCR-PE – Movimento Nacional de Catadores de Recicláveis ASPAN – Associação Pernambucana de Defesa da Natureza CEDECOM – Centro de Desenvolvimento Comunitário Monsenhor José Kehrle ABES-PE – Associação Brasileira Engenharia Sanitária e Ambiental