Por Davi Lemos, no Terra O senador Antônio Carlos Júnior (DEM-BA) anunciou nesta terça-feira (29) que não mais disputará a reeleição ao Senado, contrariando a vontade das principais lideranças de Democratas e PSDB baianos. “Em função dos meus compromissos pessoais, notadamente os de ordem empresarial, que exigem empenho e envolvimento incompatíveis com um mandato de oito anos, decidi por não disputar a eleição para o Senado Federal”, disse o senador através de nota.

O nome que ganhou força é o do ex-deputado federal Gerson Gabrielli (DEM), o que foi confirmado pelo outro nome democrata na disputa de uma vaga ao Senado, o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo. “Na reunião de ontem à noite, o nome dele foi colocado, em virtude da desistência de ACM Júnior”.

O ex-prefeito, entretanto, não soube informar se o martelo havia sido batido.

A previsão de democratas e tucanos ouvidos pelo Terra é que a decisão seja anunciada ainda nesta terça-feira.

A assessoria do candidato Paulo Souto apresentou, porém, prazo mais estendido: até quarta-feira (30), prazo final para anunciar o segundo nome democrata ao Senado.

Antes de Gabrielli e ACM Júnior, foram também cogitados os nomes de Antônio Imbassahy (PSDB) e José Carlos Aleluia (DEM), que chegou a ser cogitado para vice do presidenciável tucano José Serra.

Pressões A confirmação do nome de ACM Júnior era motivo de pressões inclusive de Serra, que desejava mais um nome de peso para alavancar sua candidatura no estado.

Fonte tucana informou que nesta terça-feira houve reunião de Gabrielli com o ex-governador Paulo Souto, candidato do DEM ao governo.

A assessoria de Souto negou o encontro.

A contra-informação pode ser sinal de mais um desistente da missão: Gabrielli pretende retornar à Câmara Federal, o que seria mais viável.

A sucessão de fatos demonstra ainda a dificuldade de convencimento de Souto.

A dificuldade da chapa democrata-tucana é justamente conciliar projetos pessoais com a estratégia dos partidos de ter um segundo nome forte na disputa.

Apenas José Ronaldo aceitou a missão, desde o início, de bom grado.

Na carta em que anuncia a desistência, o senador Antônio Carlos Júnior deixa claro que nunca foi sua intenção construir carreira na política. “Cumprirei com as minhas responsabilidades no Senado, até fevereiro do ano que vem, com a certeza de estar exercendo com lealdade e respeito o mandato que o povo baiano concedeu ao Senador ACM”, escreveu o senador democrata.