Foto: Nelson Antoine/AP Da Folha de São Paulo O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira, ao ser questionado sobre o vice que irá compor sua chapa, que também tem uma “enorme curiosidade” em saber o nome do político que vai ocupar a vaga. “Eu também tenho uma enorme curiosidade.

Até o fim do mês resolve.

Essa não tem sido uma questão estressante para mim, nem para grande parte do PSDB”, disse ele durante sabatina da Folha.

Hoje, os mais cotados são Sérgio Guerra, Tasso Jereissati e Álvaro Dias, todos senadores do PSDB.

No DEM, José Carlos Aleluia, deputado baiano, tem chances também.

Respondendo a uma pergunta se seria o candidato da continuidade ou da mudança, o tucano afirmou que será o “candidato do avanço”.

Um dos entrevistadores da sabatina, Fernando Rodrigues, citou uma frase do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, criticando o programa Bolsa Família, e Serra emendou: “É uma pena que você tenha pesquisado e deixado de ver o que o Lula falou.

Antes de ser presidente, Lula e o PT chamavam o programa de Bolsa Esmola”.

Serra falou sobre sua relação de congressista com o governo Fernando Collor para dizer que não faz oposição do “tudo ou nada, do quanto pior, melhor”.

O tucano acusou o PT de fazer “terrorismo” contra sua candidatura.

Ele culpou os petistas por boatos de que acabaria com o Bolsa Família ou o ProUni, marcas de sucesso do governo Lula. “Isso nunca me passou pela cabeça. É como dizer que é contra a energia elétrica, a água encanada”, reclamou. “Tem tanta coisa maluca espalhada que eu não quero nem falar.

Depois endureceu o tom: “Esse é o método terrorista.

Não violento, mas terrorista”.

O tucano afirmou que governo não precisa ter uma marca específica. “Eu não acho que tenha que ter uma marca.

Acho que tem que trabalhar muito.

A minha marca foi trabalhar muito.” O presidenciável citou suas principais realizações no Ministério da Saúde, como genéricos, programa contra a Aids e campanha de vacinação contra a gripe, para dizer que nenhuma delas foi uma marca de sua gestão, e o famoso vídeo em que orienta a população a tomar cuidado com o porquinho para evitar a gripe suína. “Essa é uma das grandes gozações que eu sofri na minha vida pública, a coisa do porquinho.” Royalties Serra afirmou que o governo errou ao tratar da polêmica sobre os royalties de petróleo em ano eleitoral. “A questão dos royalties nunca poderia ter sido levantada em ano eleitoral.

Para que?

Criou-se a sensação de que o pré-sal está aí na esquina.

Levantar em ano eleitoral é trazer a discórdia e a desavença para o país.” O tucano diz que discorda do modelo de partilha, aprovado pelo Congresso, que tira recursos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. “Lógico [que discordo].

Tira tudo do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, que estão crescendo com isso.

Você não pode chegar para a cidade de Campos e dizer que a partir de amanhã isso acabou.

Você vai criar um colapso. Óbvio que há uma reação muito forte.

A troco de que?

Não faz sentido.” Serra disse ainda que não se opõe à criação da nova estatal que administrará o pré-sal. “Em princípio, não sou contra criar nenhuma nova estatal, se ela for imprescindível.

Neste caso tenho dúvidas, mas já é uma decisão tomada.”