Por Gilvan Oliveira do Jornal do Commercio Presidente estadual do PSB, o vice-prefeito do Recife, Milton Coelho, afirmou ontem que a definição da chapa à reeleição do governador Eduardo Campos (PSB) deve sair ainda esta semana.

Ele, porém, não entrou no mérito sobre a eventual substituição do vice-governador João Lyra Neto (PDT). “Isso só quem responde é Eduardo”, advertiu.

Milton apenas informou que os governistas chegarão à data da convenção, marcada para o próximo dia 30, no Clube Português do Recife, com todos os nomes previamente definidos. “Teremos uma definição bem antes da convenção, não vamos deixar nada para última hora”, disse ele.

Já está decidido que Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB) serão os dois candidatos ao Senado pela Frente Popular de Pernambuco.

A declaração de Milton reflete que a presença de João Lyra não é uma certeza, como era até o início deste ano.

O próprio Eduardo Campos declarou, no fim do ano passado, que estava fora de cogitação discutir a vaga de vice, quando o PT chegou a pleitear o espaço.

Mas aliados do governador, em reserva, têm externado insatisfação com o pedetista e dito que o próprio Eduardo estaria incomodado com fatos relacionados a Lyra.

A disputa entre os grupos aliados em Caruaru (Agreste), base eleitoral do vice-governador, seria um deles.

João Lyra teria avançado sobre o espaço político do prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), e do vice-prefeito, Jorge Gomes (PSB), que dividem com ele a liderança governista na cidade.

Lyra lançou a filha, a procuradora do Estado Raquel Lyra (PSB), como candidata a deputa estadual, e teria insistido para que ela fosse a postulante única do grupo à Assembleia Legislativa.

Mas Queiroz e Gomes, além de não encamparem o projeto, apoiam duas outras candidaturas à Assembleia: a do empresário e ex-secretário municipal Douglas Cintra (PTB) e a da vereadora de Caruaru Laura Gomes (PSB), esposa do vice-prefeito.

Com João Lyra no espaço de vice-governador, a avaliação de governistas, em reserva, é que ele “forçou a barra” ao insistir na filha como candidata única da base aliada, o que levou ao aparecimento de arestas.

Os grupos de José Queiroz e, principalmente, o de Jorge Gomes, ficariam com menos espaço que o dele.

Com a eventual reeleição do governador, Lyra herdaria o governo estadual daqui a quatro anos, com a desincompatibilização de Eduardo para disputar outro mandato.

O fato quase leva a um racha no trio, apesar deles afirmaram que têm apenas divergências pontuais.

Na bolsa de especulações, já surgiu o nome de Jorge Gomes, que foi vice-governador no terceiro mandato de Miguel Arraes (1995-1998), como possível indicado para compor a chapa de Eduardo.

E ontem, governistas citaram até Laura Gomes como opção, por ser militante histórica do PSB e mulher.

SILÊNCIO Alvo de fritura de aliados, João Lyra Neto optou ontem pelo silêncio, quando indagado sobre a possibilidade de não estar presente na chapa à reeleição do governador. “Não falo sobre esse assunto.

Aguardo a definição do governador, que é o condutor desse processo”, afirmou.