Foto: Bernardo Soares/JCImagem Cecília Ramos do Jornal do Commercio O adiamento da convenção das oposições em Pernambuco, de amanhã para o dia 30, tem nome e atende por Roberto Magalhães (DEM). É ele que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), pré-candidato ao governo contra o governador Eduardo Campos (PSB), quer na segunda vaga ao Senado.

Há uma força tarefa em curso para tentar convencer o deputado federal – que há quatro anos fala em largar a política ao concluir o atual mandato – a aceitar o convite.

Ele se mostra irredutível, mas os amigos insistem.

O primeiro deles é o senador Marco Maciel (DEM), a quem Magalhães atribui sua entrada na política.

Já teve conversas com o amigo.

Entre as várias razões que o deputado diz impedi-lo de disputar mandato (no caso, de senador), a mais especial é a de que “jamais disputaria voto com Maciel”.

Pois o senador do DEM, em um dos encontros, tranquilizou-o, alegando que o deputado entraria para somar.

Maciel teria sido escalado pelo próprio Jarbas para a missão de convencer Magalhães a topar o Senado.

O presidente estadual do DEM, Mendonça Filho, e o deputado federal Raul Henry (PMDB) também estão no time.

Jarbas só entraria em campo em última instância e numa situação na qual ainda haja espaço para o diálogo sobre o tema.

A oposição acredita que o “clamor” de seus pares poderá “amolecer” o hoje irredutível Magalhães.

Internamente, a análise é a de que o deputado do DEM não teria nada a perder se disputar o Senado, já que ele pretende terminar a carreira política este ano, quando encerra o seu 4º mandato de deputado federal.

O nome de Roberto Magalhães passou a ser o “plano A” diante da falta de alternativas dentro do PSDB de Sérgio Guerra.

Jarbas não teria visto força nas opções apresentadas.

O último nome tucano foi o do cientista político André Régis.

Do PSDB, a única que agregaria, na leitura interna, seria a deputada estadual Terezinha Nunes, que, sondada há meses, disse não.

Some-se a isso a relação estremecida entre Jarbas e Guerra, desde que o tucano desistiu de concorrer à reeleição.

O fato de um eventual “sim” de Magalhães significar três políticos do DEM na chapa (a pré-candidata a vice, a deputada Miriam Lacerda e o senador Marco Maciel) é minimizado.

O importante para o grupo agora é ter um nome que dê peso político, credibilidade e experiência à chapa.

A oposição enxerga esses elementos no ex-governador e ex-prefeito do Recife.

Com sinusite e recuperando-se de uma inflamação no dente, Jarbas retorna de Brasília ao Recife hoje.

Até amanhã, só terá compromissos internos.

De Brasília, Magalhães falou ao JC, ontem.

Reforçou que sua decisão de não disputar mais “foi muito pensada ao longo de quatro anos”. “Eu não volto atrás”.

Nem com o apelo de Maciel e Jarbas? “Na política, decisões como esta, a hora de entrar e de sair, são irrevogáveis.

Essa é uma”.

O deputado cortou logo o assunto e comentou que prestigiará, no sábado, a festa organizada por Miriam Lacerda para a chapa, às 9h, no Palladium, em Caruaru.