Por Nathalia Passarinho, do G1 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (16) que o reajuste de 7,7% aos aposentados que ganham acima de um salário mínimo não vai “quebrar o país”.

Segundo Lula, o governo vai trabalhar para manter o equilíbrio das contas públicas.

Ele reiterou ainda que a equipe econômica fará cortes no orçamento para compensar os gastos adicionais com o reajuste. “Não vai ser 1,7 a mais que vai quebrar o país.

Vamos continuar uma rigidez fiscal, vamos continuar equilibrando as contas públicas”, afirmou, durante encontro com o presidente do Peru, Alan Garcia, em Manaus.

O presidente sancionou nesta terça (15) a medida provisória aprovada pelo Congresso Nacional com a emenda que previa o reajuste de 7,7%.

O fim do fator previdenciário, que reduz os gastos da Previdência com aposentadorias, foi vetado.

Lula lembrou que a proposta original do governo era de um reajuste 6,14%.

Ele afirmou ainda que o governo tentou um acordo com os parlamentares para aprovar um aumento de 7%.

Na ocasião das negociações, a equipe econômica do governo afirmou que, sem cortes no orçcamento, os cofres públicos não suportariam pagar um reajuste maior que 7%.

Ao anunciar que Lula sancionou os 7,7%, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que seria feito um corte de 1,6 bilhão no orçamento para garantir a responsabilidade fiscal. “Vamos reduzir emendas parlamentares e custeio.

Não faremos cortes em investimentos.

Vai doer, porque já cortamos R$ 10 bilhões, mas será importante para cumprir as metas de equilíbrio fiscal”, afirmou.

Ainda durante o encontro com Alan Garcia, Lula negou que a decisão de sancionar a proposta aprovada pelo Congresso tenha contrariado os ministérios da Fazenda, Planejamento e Previdência Social. “Não contrariou a equipe econômica.

Num regime presidencialista quem toma a decisão é o presidente da República”, destacou.

Lula disse ainda que o reajuste deve impulsionar o consumo dos aposentados o que, compensaria em parte, os gastos do governo.

Ele também negou que a sanção tenha o objetivo de ajudar a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, na disputa eleitoral. “Sei apenas de um apessoa que será ajudada, são mais de 8 milhões de aposentados.

Eles vão comprar meia, presente para os netos”, disse.