Andrei Netto, João Domingos e Felipe Vanini - O Estado de S.Paulo A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, considerou coerente a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sancionar o projeto de lei que concedeu reajuste de 7,72% aos aposentados que recebem mais do que o salário mínimo e vetar a parte que acaba com o fator previdenciário - mecanismo pelo qual quem se aposenta sem completar a idade-limite recebe bem menos do que o teto previsto. “Acho que o presidente combinou duas coisas que são características dele: primeiro, um olhar na estabilidade ao não aprovar integralmente a questão do fator previdenciário, que mudaria completamente a questão dos gastos.

E levando em consideração a situação dos aposentados, ele combinou 7,72%”, disse.

As declarações de Dilma foram feitas em Paris, logo depois do fim da partida em que a seleção brasileira de futebol venceu a da Coreia do Norte por 2 a 1, num espaço cujo nome é Cabaret Sauvage (Cabaré Selvagem).

Indagada se fosse presidente, o que faria, Dilma respondeu que não tinha dados para fazer uma análise sobre a situação. “A tendência que eu conheço do presidente é de decisão muito ponderada, muito correta.

Eu tenderia por uma decisão que levasse em conta essas duas coisas: a questão fiscal - você não pode ficar por aí gastando por conta - mas também levar em conta a situação dos aposentados.” Serra não comenta.

No Rio de Janeiro, onde assistiu ao jogo da seleção brasileira, o candidato do PSDB José Serra evitou o assunto e disse que se pronunciaria apenas sobre a partida.

Serra não tinha compromisso político na cidade e assistiu ao jogo na Churrascaria Plataforma, no bairro Leblon.

Marina aprova.

Já a candidata à presidência pelo PV, Marina Silva, apoiou o aumento de 7,72% aos aposentados.

Em nota, Marina disse que Lula “tomou a decisão mais correta ao vetar a mudança no fator previdenciário.

Era necessário começar a recompor o valor da aposentadoria daqueles que dedicaram seu esforço ao País”.

Marina afirmou que a maneira de fazer frente ao aumento de gasto é estabelecer prioridades, cortando custos de menor qualidade. “É importante que a equipe econômica seja responsável ao fazer os cortes anunciados para compensar o aumento de 7,7%”, disse.