*Por Adriano Oliveira De que modo descubro a potencialidade de voto de um candidato?

Através de pesquisas qualitativas e quantitativas.

Mas a pesquisa principal/fundamental é a qualitativa.

Através dela é possível identificar o desejo do eleitorado, as fraquezas dos oponentes e a imagem que os competidores devem ter para conquistar os eleitores.

A pesquisa qualitativa dar condições ao estrategista para que ele defina os competidores na disputa e as estratégias que o seu cliente deve utilizar para vencer o pleito eleitoral.

A ausência de pesquisas qualitativas possibilita miopia aos atores.

Costumeiramente, os analistas políticos, incluso a imprensa, frisam que o candidato A é favorito em razão da posição dele nas pesquisas quantitativas.

Ora, a posição do candidato na pesquisa quantitativa é importante.

No entanto, caso o estrategista do oponente defina ações adequadas, o favoritismo do candidato A poderá deixar de existir em fração de segundos.

Pesquisas quantitativas, quando lidas erroneamente, causam também miopia aos atores.

Já as pesquisas qualitativas tornam inteligíveis os desejos do eleitor.

Observem que as pesquisas quantitativas para a disputa do Senado em Pernambuco revelam considerável número de indecisos.

Vejam também que tanto Eduardo Campos como Jarbas Vasconcelos não definiram a chapa por completo.

Portanto, não é possível afirmar, neste instante, quem são os “fortes” favoritos a vencer a disputa para o Senado. É claro que o senador Marco Maciel tem condições de ser reeleito.

Assim como Humberto Costa.

No entanto, não me atrevo em afirmar que eles estão eleitos.

Tenho atrevimento para dizer que eles partem bem na disputa. É errôneo afirmar também que o segundo senador de Jarbas, o qual poderá vir a ser do PSDB, será derrotado.

Ora, com base em quê alguém tem condições de afirmar isto?

O desempenho de Armando Monteiro é uma incógnita.

Monteiro tem bases no interior, as quais servem para garantir uma excelente votação para deputado.

Mas não sei qual será o discurso que Armando construirá para enfrentar Marco Maciel.

O candidato do PTB terá como oponente principal, caso Maciel adote esta estratégia, o senador democrata.

Humberto Costa, como já frisei em artigo recente, não disputará com Marco Maciel.

Mas com o segundo senador de Jarbas, o qual ainda será escolhido.

A vantagem de Humberto sobre seus oponentes é a filiação partidária, o apoio de Lula e a recente decisão da Justiça.

No entanto, outros possíveis candidatos, como André Regis, Bruno Araújo e Jayme Asfora têm condições de enfrentar de modo competitivo a forte candidatura de Humberto.

Destaco que os competidores não podem abrir mão de procurar emocionar o eleitor.

Diante da ausência de francos favoritos na disputa para o Senado, o candidato que conseguir emocionar o eleitorado adquirirá condições de ser eleito.

Aliás, a disputa para o governo do Estado também exigirá emoção dos concorrentes.

Nestas eleições quem conseguir emocionar terá chances de vencer a disputa.

A todos recomendo a leitura do livro The Political Brain, Drew Westen. *Doutor Adriano Oliveira é Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE) e Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral (UFPE)