Do Jornal da Tarde Esta terça-feira, 15, é o último dia para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar ou vetar o projeto aprovado pelo Congresso que concede reajuste de 7,72% aos aposentados que recebem acima de um salário mínimo e também põe fim ao fator previdenciário.

A expectativa de sindicalistas é que o aumento seja sancionado e o fim do fator, vetado.

Na segunda-feira, em Queluzito (MG), o presidente declarou que não se deixará seduzir por “qualquer extravagância”.

De acordo com o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, (PDT-SP), fontes próximas ao presidente acreditam que ele aprove os 7,72% e vete o fim do fator.

Paulinho diz que se assim for, as centrais irão propor ao governo uma alternativa ao fator, mecanismo que reduz o valor inicial do benefício quanto mais cedo o trabalhador se aposenta.

João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, também acredita na aprovação dos 7,72%.

O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, disse na segunda-feira que há possibilidade de o governo encontrar outra fonte de recursos para o reajuste de 7,72%.

Para ele, “há um dilema” e “a alternativa à sanção será uma nova medida provisória, propondo o reajuste de 6,14%”.

Gabas vai se reunir com Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta terça pela manhã para discutir o assunto.

O veto ao fim do fator previdenciário, segundo ele, já está decidido.

O ministro contou que a alternativa legal à sanção seria conceder o aumento com base na inflação, reduzindo assim o índice para 3,45%.

Um eventual veto de Lula levaria a uma edição, imediata, de nova MP, com a proposta inicial do governo, de 6,14%.

O problema, segundo ele, é que essa MP só seria votada no Congresso, “em tese”, a partir de 14 de agosto.

Caso os 7,72% sejam aprovados, o aumento seria aplicado já em julho.

Pelo projeto que está com Lula, os reajustes são retroativos a janeiro.

Como em janeiro houve o aumento de 6,14%, na hipótese de pagamento a partir do mês que vem, os segurados receberão o equivalente a 1,56%, diferença entre os 7,72% e os 6,14% já concedidos.

Os atrasados serão corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).