Por Márcio Falcão, da Folha.com Sem as presenças de Dilma Rousseff (PT) e do deputado Ciro Gomes (PSB), o PSB oficializou nesta segunda-feira o apoio do partido à candidatura da petista à Presidência.

O anúncio foi feito em um Congresso Nacional Extraordinário –uma espécie de convenção– e formaliza decisão da Executiva Nacional do partido, tomada em abril, que desistiu de lançar a candidatura presidencial de Ciro.

Além do PSB, Dilma já reúne oficialmente o apoio do PMDB, do PDT, chancelados neste fim de semana, além do PR, que em uma reunião fechada confirmou a união com o PT.

A aliança governista ainda reúne o PC do B, com convenção marcada para quarta-feira, e do PRB, que formaliza a união no dia 26 de junho.

As ausências de Dilma, que embarca hoje para um tour pela Europa, de Ciro e de seu irmão, o governador Cid Gomes (Ceará), foram minimizadas pelo presidente do PSB, governador Eduardo Campos (Pernambuco).

Segundo ele, o partido programou um seminário para o final de julho que terá a presença de Dilma e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nós preferimos fazer uma única convocação expressiva aos militantes que será esse seminário em julho, aqui em Brasília, para apresentar a nossa contribuição para o programa de governo da campanha da Dilma”, disse.

Em relação a Ciro, Campos afirmou que o PSB tem confiança de que o deputado fará campanha para Dilma.

Após a derrubada de sua candidatura pelo partido, o deputado tirou uma licença de 30 dias da Câmara, viajou para o exterior e, agora, deve voltar à cena política. “O Ciro vai estar no campo que o PSB estiver.

Ele tem o tempo dele, mas a posição dele vai ser a posição do partido.

Vamos fazer uma grande mobilização pela Dilma, vamos convocar a militância e o Ciro vai ser uma liderança expressiva ajudando na eleição dela”, afirmou.

Segundo o presidente do PSB, o partido vai entregar um documento como contribuição para a elaboração do programa de governo.

Campos disse que a linha geral defendida pelo partido será em torno da manutenção do crescimento da economia. “Vamos sugerir medidas para o desenvolvimento regional, para investimentos na economia voltados para manter o clico de crescimento, além de educação aliada a formação de recursos humanos para o ciclo da economia”, afirmou.

Atualmente, o PSB participa do governo Lula nos ministérios de Ciência e Tecnologia e dos Portos.

Se Dilma vencer, o partido espera ganhar mais espaço, como reconhecimento pela desistência da campanha de Ciro.

Dentro do partido, a rejeição de uma candidatura própria não foi unânime e recebeu críticas.

Na avaliação dos petistas, o apoio do PSB era importante para reforçar a ideia de polarização da campanha com o PSDB e ainda ampliar o tempo de publicidade da campanha petista.