Foto: Jornal Pequeno / Reprodução Por Andreza Matias, na Folha.com O deputado Domingos Dutra (PT-MA) já perdeu 2,6 kg desde que deflagrou uma greve de fome na última sexta-feira em protesto à decisão da direção nacional do seu partido que determinou o apoio à candidatura à reeleição da governadora Roseana Sarney (PMDB).

O PT no Estado havia definido o apoio à Flávio Dino (PC do B), mas a direção nacional se reuniu na última semana e mudou o resultado em nome da aliança nacional com o PMDB em torno da presidenciável Dilma Rousseff.

Com isso, a direção do partido agradou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pai de Roseana, uma das lideranças do PMDB.

Desde quinta-feira, quando iniciou uma vigília e no dia seguinte a greve de fome, o deputado dorme no plenário da Câmara num colchão inflável.

Os assessores dele também levaram uma televisão para que ele possa acompanhar os jogos da Copa.

O deputado só toma água de coco e soro fisiológico.

A falta de alimentação tem provocado dores nos rins e tosse.

O último banho foi no sábado, no banheiro dos vigilantes da Câmara, uma vez que os banheiros do plenário não têm chuveiro. “Estou economizando com o meio ambiente”, afirmou.

A ideia é manter a greve de fome até o dia 30 de junho, último prazo para a definição das candidaturas.

Ele irá ingressar na Justiça questionando a direção nacional do PT. “Seria mais fácil eles filiarem o Sarney ao partido.” O militante histórico do PT no Maranhão Manoel Conceição Santos acompanha o deputado na greve de fome.

Dutra disse que se houver tentativa de tirá-los do plenário, irá se acorrentar às cadeiras do local. “Vou lutar até o meu limite.

Só tenho contas a prestar a minha mulher, que disse que vai me dar uns cascudos quando eu sair daqui”, afirmou o deputado.

O PT nacional alega que a prioridade do partido é eleger Dilma.