(Foto: Agência Estado) Do IG Com um discurso colado na imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a senadora Marina Silva (PV-AC) disse querer ser a primeira presidente negra e pobre da história do País.

Depois de fazer referências ao Lula “operário”, intercaladas com elogios à política social do governo, Marina encerrou um longo discurso com a frase: “Que o Brasil possa ter a primeira mulher negra e pobre presidente da República”.

Marina deixou claro que não vai se contrapor a Lula ou ameaçar a continuidade dos projetos sociais implantados em seu governo. “Eu não preciso negar o feito e a grande conquista do operário Luiz Iáncio Lula da Silva, que quebrou o paradigma de que é preciso crescer para distribuir a renda.

Foi distribuindo a renda que crescemos”, disse a senadora, retomando a proposta de levar os programas sociais à “terceira geração”. “Saímos da cesta básica, fomos para um bom programa de transferência de renda e agora vamos para um programa que mobiliza a sociedade brasileira”, emendou.

A senadora lembrou sua origem humilde e o fato de só ter sido alfabetizada aos 16 anos. “Eu sei o que é exergar pela metade”, declarou, pormetendo se empenhar para erradicar o analfabetismo e centrar seus esfços na área da educação.

E, com base nessas propostas, a senadora rejeitou a tese de que a eleição deste ano será marcada por uma disputa plebiscitária entre PT e PSDB. “Esse Brasil não pode mais ser adiado para amanhã.

Ele começa agora.

Por isso não vamos aceitar o veredito do plebiscito.

Não tem plebiscito.

Ele será revogado pelo povo brasileiro” Marina rebateu a avaliação de que será prejudicada na eleição por não ter formado uma aliança ampla, capaz de lhe assegurar um bom palanque. “Não temos esse tipo de aliança, mas queremos sim fazer uma aliança com os núcleos vivos da sociedade”, afirmou, queixando-se dos métodos “velhos” de fazer política.

Encampando o slogan “Juntos pelo Brasil que queremos”, Marina emendou: “A nossa aliança é de um novo tipo.” Marina criticou a proposta de flexibilização do código florestal e disse enxergar nas grandes cidades brasileiras um “verdadeiro caos urbano”. “Temos um desafio com as cidades”, afirmou, mencionando temas como mobilidade urbana e comabte a enchentes. “Dá para continuar tratando isso como um problema natural?

Não, é falta de planejamento.” Ao falar da mobilização dos jovens em torno de sua candidatura, Marina disse que este é um eleitorado que não se mobiliza em um projeto político se for um projeto “pelo poder”. “Os jovens se envolvem onde está o cheiro da mudança”, disse Marina.

De manhã até o meio da tarde, aliados da senadora se revezaram ao microfone em uma sucessão de elogios e manifestações de apoio à senadora.

Ao discursar logo antes de Marina, o vice Guilherme Leal disse que nunca imaginou se lançar numa corrida presidencial.

E não poupou elogios à senadora. “A luta para a qual você nos convoca dá sentido prático a nossas inquietações, nossos sonhos de uma sociedade mais justa e equilibrada”, afirmou.

Pré-candidato ao governo do Rio pelo PV, o deputado Fernando Gabeira falou em “frustração” após a luta para levar a oposição ao Palácio do Planalto. “Vamos de novo colocar outro grupo no Palcio do Planalto.

Os sonhos passam, mas o velho coração ficou.

Te apoio e vou lutar contigo”, afirmou o deputado, que concorre no Rio com apoio do PSDB do pré-candidato tucano ao Planalto, José Serra.

Antes de iniciado o ato político, as caixas de som do Centro de Convenções Brasil 21 ecoavam um dos slogans que devem guiar a campanha.

A música evidencia a estratégia montada pela equipe de Marina para explorar sua trajetória de luta desde a infância humilde numa comunidade de seringueiros no Acre até sua entrada na corrida presidencial.

Aberta com a frase “Eu sou brasileiro, eu sou marineiro, eu sou marineiro”, a música descrevia a senadora como “Marina, morena, cor da pele do Brasil; Marina, guerreira, que lutou e conseguiu”.