Foto : Alexandre Belém / JC Imagem (2008) A presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Luciana Azevedo, se exaltou durante a entrevista que concedeu nesta quarta-feira (9) à Rádio Folha.
Ela disse não se incomodar com a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de irregularidades em gastos com eventos.
Mas afirmou que as investigações devem começar na gestão de Jarbas Vasconcelos “que é onde tinha a bagaceira grande”.
Luciana admitiu ainda que “evitou mostrar a nota” em que o deputado Augusto Coutinho (DEM) pede apoio à Fundarpe. “Estou à disposição de todos os órgãos de controle, e acho que se temos de abrir uma CPI temos de começar pela CPI da gestão passada, que é onde tinha a bagaceira grande para a gente possa chegar na atual.
Não tenho problema nenhum de enfrentar a CPI, pelo contrário, o nosso modelo é referência nacional”, disse durante a entrevista.
Luciana fez críticas diretas ao líder da oposição na Assembleia Legislativa, Augusto Coutinho (DEM).
Em determinado trecho da entrevista, ela admite que tentou esconder a divulgação de ofício do oposicinista, mesmo considerando o documento ilegal. “Augusto Coutinho quis dar uma de paladino da moralidade e começou a dizer nos jornais que na Fundarpe estava se formando uma quadrilha, e que tudo que estava sendo feito era ilegal.
A gente evitou, porque a gente tem compromisso com a classe política, a população já é tão decepcionada com esses políticos que mentem a cada dia, que falam uma coisa e quando a gente vai ver, ele estava por trás de tudo, a gente evitou enquanto democrata poder mostrar a nota em que ele pede recursos indicando a produtora e ele dizia exatamente que a gente estava fazendo cartel, isso é, garantindo recursos para três, quatro produtoras.
E você vê uma nota dele de pedido, para nós, para liberar recursos indicando a produtora, e isso é ilegal”.
Luciana criticou a oposição ao governo na Assembleia Legislativa. “O Brasil está cansado desses políticos que extorquem dinheiro para aprovar projeto.
Vocês estão cansado de ver.
No dia anterior, chegam e derrotam os recursos que iam para a Fundarpe, não!, depois ajeitam aqui, ajeitam acolá, no outro dia aprovam. É assim que eles fazem o tempo todo, fazendo cena”.
Além de criticar diretamente Augusto Coutinho, disparou contra a deputada Terezinha Nunes (PSDB). “E aí me dou conta dos paladinos da moralidade, tipo o Augusto Coutinho e Terezinha Nunes, questionando as ações da Fundarpe dizendo que nós estávamos burlando as licitações, sem estudar um pouquinho.
Ela deveria estudar um pouquinho, se debruçar sobre a Lei 8666, que rege os gastos públicos”.
A presidente defendeu o modelo de gestão cultural adotado no governo Eduardo Campos (PSB) e continuou fazendo crítica aos políticos de oposição. “A cultura de Pernambuco é referência nacional, os artistas não merecem isso, estão revoltados com tudo isso.
Tudo o que foi construído, foi construído com eles, foram 11 fóruns, 23 mil pessoas participando disso, quero ver modelo mais sério do que esse.
Pode vir, a gente responde a tudo, mas antes eu quero ver o que tinha atrás, que era a verdadeira bagaceira, era o que estava aí por trás, eu exijo, eu exijo, vou dar aula, vou dar aula, porque sou chatinha mesmo porque dedico a minha vida a isso, a isso, à moralidade pública e não vou sair sem deixar que a cultura possa ocupar o patamar que os nossos artistas merecem, livres, livres dos maus políticos, podem vir, podem mandar”.
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