Por Diógenes Botelho, da assessoria do PPS O Brasil está isolado diplomaticamente, dá tempo ao Irã para construir a bomba atômica e ainda expõe o país ao risco de ser alvo de terrorismo.
O alerta foi feito nesta quarta-feira (09/06) pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) durante audiência pública com o ministro Celso Amorim na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Para o parlamentar, ao manter seu posicionamento em defesa dos interesses nucleares do regime de Teerã, o governo brasileiro adota uma política irresponsável e coloca o país na contramão da história". “O Brasil está isolado e não há nenhum interesse nacional para justificar nossa atuação nesse caso.
Apenas demos um tempo para o Irã continuar produzindo a bomba atômica”.
No debate, realizado logo após o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado novas sanções ao Irã, Jungmann indagou ao chanceler quais seriam os reais interesses do Brasil para intermediar um acordo com o Irã.
Amorim se esquivou de dar uma resposta concreta e disse que “o Brasil não está defendendo o Irã, o Brasil está defendendo a paz”.
Para Jungmann, a resposta é genérica, já que a defesa paz “a gente promove 24 horas por dia” e deve ser premissa básica de qualquer país civilizado.
Defender a paz e a harmonia mundial, na opinião do deputado, não significa empenhar e colocar em risco os nosso valores nacionais. “Estamos apenas contratando problemas para o Brasil.
Amanhã, quando o Irã explodir uma bomba atômica, o Brasil será responsabilizado”, alertou.
Jungmann vê sérios riscos em associarmos a nossa democracia a uma ditadura que não respeita os direitos humanos e que frequentemente vem desrespeitando decisões da ONU. “Não encontro razões para empenharmos o nosso prestígio à defesa do Irã.
O interesse nacional em termos de fronteira é zero, já que estamos a 11 mil quilômetros de distância do Irã.
O interesse comercial também é zero.
Estamos dando um tiro no pé e ainda assumimos o risco de atrair o terrorismo para o Brasil”, disse o deputado, que avalia que o governo brasileiro deveria se preocupar mais com questões da América do Sul e da América Latina, que não recebem o mesmo empenho que a nossa diplomacia emprestou ao Irã.
Na votação das novas sanções contra o Irã, apenas o Brasil e a Turquia, padrinhos do acordo nuclear rejeitado pela ONU, votaram contra. “Não gosto de ver nosso país isolado na ONU, isolado inclusive de seus parceiros do Bric, como a Índia, a China e a Rússia’, ressaltou Jungmann.
Para o deputado, antes de defender o Irã, o Brasil deveria ter atendido os interesses da Nação.