Por Adriano Oliveira* Recente pesquisa do Instituto Mauricio de Nassau revela, em diversos cenários, que cerca de 52% dos eleitores pernambucanos não têm candidato a senador.

Este percentual revela que a disputa para o Senado está indefinida.

Contudo, considero que Humberto Costa e Marco Maciel estão com chances de vencerem a disputa.

As chances de Humberto existem em razão da força eleitoral do PT, de Dilma e de Lula.

Estes três sujeitos/marcas políticas podem ser exploradas na campanha eleitoral.

E com isto, fazer com que Humberto Costa obtenha sucesso na disputa.

O apoio de Eduardo Campos a Humberto Costa será importante também.

Caso a equipe de comunicação de Humberto seja sábia, a decisão da Justiça favorável ao petista pode ser explorada.

No caso de Marco Maciel, a estabilidade de intenção de votos que o senador tem em todas as regiões do estado e em várias pesquisas me fazem crê no sucesso eleitoral do senador democrata.

Além disto, Marco Maciel sabe fazer a micropolitica, isto é: agrada e se comunica com o eleitor de maneira simples e discreta.

Ressalto, porém, que esta disputa para o Senado pode ser diferente das demais.

Corriqueiramente, os “estrategistas” atrelam a disputa para o Senado a disputa para o governo.

Por conseqüência, existe uma relação de dependência entre candidato ao Senado e candidato a governador.

Caso os estrategistas da oposição saiam da mesmice e inovem, a fulanização da disputa pelo Senado poderá ocorrer.

Neste caso, as estratégias da oposição buscarão confrontar as ideias e as imagens dos competidores ao Senado.

A vinculação entre candidato ao Senado e candidato ao governo irá ocorrer, mas não será a estratégia principal.

Sendo assim, Raul Jungmann, caso seja candidato, buscará polarizar a disputa com Humberto Costa.

E Marco Maciel po larizará a disputa com Armando Monteiro.

Com isto, a força eleitoral de Eduardo junto aos candidatos da situação pode ser enfraquecida.

Deste modo, o eleitor estará diante de uma disputa para o Senado desatrelada da campanha para o governo.

A estratégia proposta tem um fim: fulanizar, diante de um governador bem avaliado, a disputa para o Senado e fortalecer a fulanização para a disputa do Governo do Estado.

Esta estratégia se contrapõe a estratégia da situação. É conveniente e adequado para o governador Eduardo Campos nacionalizar a disputa local e desfulanizar a disputa para o Senado.

Caso Eduardo consiga impor esta estratégia para a opinião pública, ele amplia o seu favoritismo e ainda se fortalece para eleger os dois senadores.

No caso da oposição, as duas melhores estratégias são: fulanizar a disputa para governo e Senado e estadualizá-las.

As estratégias eleitorais precisam sair do lugar comum.

Lugar este, onde todos propõem a mesma coisa. *Adriano Oliveira é cientista político