Adriano Ceolin, iG Brasília O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) acusou nesta quarta-feira a tentativa de se votar um aumento salarial secreto de cerca de 30% para os servidores do Senado.

O tucano citou o ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia para descrever a situação. “Saiu o Agaciel, mas a Casa continua Agacielizada”, afirmou.

Tasso citou duas tentativas de se votar o plano de carreira dos servidores mesmo sem a divulgação do projeto de resolução aos senadores.

Segundo o tucano, a primeira ocorreu na quarta-feira passada e segunda no dia seguinte. “Quando só havia cinco senadores em plenário!”, ressaltou.

Em 2009, o Senado caiu na sua mais profunda crise após a revelação de uma série de desvios administrativos, principalmente depois da demissão de Agaciel Maia da Diretoria Geral.

O ápice da crise ocorreu quando foi revelada a existência de atos secretos para nomear parentes, criar cargos e aumentar salários.

O tucano afirmou que os senadores são alijados das articulações para promover o aumento. “É uma cultura da Casa.

Existe um grupo seleto de funcionários que faz acordos sem dar satisfação aos senadores, que desafiam a opinião dos senadores”, disse. “Não podemos deixar isso passar sem nosso conhecimento”, completou.

Na semana passada, a reportagem do iG flagrou o momento em que o atual diretor-geral Haroldo Tajra fazia lobby no cafezinho do Senado pela aprovação do plano de carreira. “De fato, ele falou comigo.

Mas não devemos votar hoje”, disse o senador Gim Argello (DF), líder do PTB.

Tasso falou ao fazer aparte ao discurso de Pedro Simon (PMDB-RS).

Os dois integram a subcomissão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) criada para analisar a reforma administrativa do Senado.

Simon afirmou que o plano de carreira não foi analisado.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também pediu a palavra. “Até agora não entregaram em mãos o conteúdo completo.

Por favor, a Mesa Diretora precisa providenciar a distribuição do texto”, disse. “Nós não temos mais prerrogativa de dizer que não sabíamos.

Nós não podemos contemporizar”, completou Renato Casagrande (PSB-ES).