Da Folha.com A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça aprovou, por unanimidade, o processo de anistia do cineasta Glauber Rocha, morto em 1981.
Na sessão nesta quarta-feira, no Teatro Vila Velha, em Salvador, ficou definido também que a viúva do cineasta, Paula Gaitan, receberá uma pensão mensal de R$ 2.000.
Ela também ganhará uma indenização de R$ 234 mil relativa ao valor de pensão retroativa a 2001.
Durante a ditadura militar (1964-1985), Glauber Rocha teve a sua produção cultural censurada.
O processo de anistia foi iniciado em 17 de maio de 2006 por Paloma Rocha, 50, filha do cineasta.
Paloma, a mãe do cineasta, Lúcia Rocha, e outros três filhos de Glauber vão acompanhar o julgamento.
Apesar da expectativa, ainda não foi definido se os familiares de Glauber terão direito à indenização. “Vai ser uma festa muito bonita”, afirmou Lúcia Rocha, 91.
O evento teve a presença do governador Jaques Wagner (PT-BA), do ministro da Cultura, Juca Ferreira, e do presidente da comissão, Paulo Abrão.
Glauber Rocha nasceu em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, em 14 de março de 1939.
Grande nome do Cinema Novo, o cineasta teve nove filmes censurados: “O dragão da maldade contra o santo guerreiro”, “História do Brasil”, “Cabeças cortadas”, “Di Cavalcanti”, “Idade da Terra”, “Maranhão 66”, “Câncer”, “Claro” e “Pátio”.