Foto: José Paulo Lacerda/CNI Por Daniel Guedes, direto de Brasília A ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT) defendeu cortes de gastos desde que eles não prejudiquem investimentos.
Questionada em que áreas ela pretende efetuar os cortes, a presidenciável afirmou ainda não ter como pontuar agora.
Dilma fez questão de salientar que não é possível cortar custeios “sem olhar a quem”. “Há uma oposição entre custeios e investimentos que não é real do ponto de vista do exercício de uma política de quem quer elevar investimentos.
Não é possível o mal custeio, que joga dinheiro em excesso onde não deve colocar.
Um país que não tem planejamento, não tem investimento de qualidade. É possível cortar custeio.
E tem que ser cortado.
Corta aquele que não viabiliza investimentos, corta aquele que é irracional”, disse a ex-ministra.
Outro ponto abordado na entrevista coletiva com Dilma foi a reforma tributária, item que ela defendeu como prioridade de um possível governo seu.
A presidenciável defendeu que haja duas reformas simultâneas: a ampla reforma tributária e reformas pontuais. “Acho que a combinação (das duas esttratégias) está correta”.
Questionada sobre seu desempenho nas pequisas eleitorais, a ex-ministra desconversou e apenas elencou qualidades suas. “Tenho uma contribuição muito grande para o sucesso do governo do presidente Lula.
Acredito que tenho um grande ativo porque eu fiz, eu sei como fazer.
Ampliamos o horizonte de possibilidades e é esse horizonte que eu acho que eu represento bem”, disse.
Dilma também elogiou a política internacional do governo Lula, destacando a aproximação com países da América Latina e o fortalecimento das relações com o Mercosul. “Continuarei com essa política multilateral”, garantiu.
As recentes relações do Brasil com o Irã também entraram na entrevista. “Sob qualquer aspecto, são muito virtuosas.
O Brasil não demonstrou ingenuidade ao optar pela busca efetiva da paz e do diálogo. (Mostrou) que é possível construir o acordo e não o desacordo, criar pontes e não erguer muros”.
FORMATO DO EVENTO - A formatação do evento promovido pela CNI acabou favorecendo a canditata do PT.
Por sorteio, ela foi a primeira a falar aos empresários.
Logo após o discurso, veio para a entrevista.
Com isso, os jornalistas não puderam acompanhar o disurso de José Serra (PSDB), que ainda acontece, nem poderão acompanhar o discurso de Marina Silva (PV), que falará enquanto os repórteres entrevistam o tucano.