Foto: José Paulo Lacerda /CNI Por Daniel Guedes, de Brasília O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) negou que tenha mudado o tom de seu discurso em relação ao governo do presidente Lula, depois que falou a empresários e fez algumas críticas à atual gestão federal. “Não estou mais agressivo.

Se pegarem tudo o que falei e escrevi nos últimos dois anos, não mudou nada”, afirmou o presidenciável tucano, garantindo que sempre teve diálogo com o presidente para dizer o que pensava. “Não tenho duas caras. Às vezes me acham feio.

Mas minha neta me acha um Adonis.

Mas aqui é uma cara só”, afirmou.

Serra, no entanto, admitiu que estava sendo “mais natural”.“Quem me conhece sabe que sou muito mais próximo do que fui hoje. (Falar de uma maneira mais solta) é um método para não me estressar”.

O presidenciável afirmou ainda que pesquisas não o deixam tenso. “Pesquisa não me estressa.

Se me estressasse, estaria perdido”, pontuou, negando que esteja acelerando ou reduzindo a frequência de viagens pelo Brasil para poder melhorar seu desempenho.

Ainda em relação às pesquisas, Serra negou que elas interfiram na predileção ou não pelo nome do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, para ocupar a vice da chapa tucana. “Não há nada nas pesquisas que imponha que tem que ser Aécio ou não.

O que está acontecendo agora nas pesquisas, até a gente previu.

Nunca desenvolvi nenhum tipo de pressão nem num sentido nem no outro (em relação a Aécio)”.

INTERNACIONAL - O presidenciável tucano foi questionado também sobre a temática das relações internacionais.

Serra disse que pretende, se eleito, continuar com as políticas de aproximação do Brasil com o exterior, mas falou também em intensificar ações econômicas com o mercado internacional, ponto que criticou no atual governo. “Nos últimos oito anos, foram assinados 100 tratados de livre comércio.

O Brasil assinou um (com Israel). É muito pouco”, criticou.

Serra defendeu e prometeu a criação de um organismo nos moldes do United States Trade Representative (USTR), órgão do governo americano cuja missão é coordenar e desenvolver o comércio internacional dos Estados Unidos.

Em relação ao Irã, Serra disse não divergir das intenções do governo brasileiro, mas afirmou que desconfia do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, cujo regime o tucano comparou aos de Hitler e Musolini. “Não acho que haja má intenção.

Se tivesse que torcer, torceria para dar certo.

Mas não confio”.