Da Folha de São Paulo A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira que a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra fazem propaganda antecipada. “Estou me referindo aos dois”, respondeu ao ser questionada em entrevista à rádio “CBN” se falava de Serra ou Dilma ao dizer que há pré-candidatos não cumprindo a legislação eleitoral.
Ela disse que foi involuntária a propaganda em seu nome feita no dia 11 de maio em evento na Assembleia do Rio Grande do Norte.
Por causa de uma faixa colocada no prédio da Assembleia, o Ministério Público Eleitoral apresentou uma representação contra ela.
A faixa tinha uma foto da pré-candidata e a frase “Marina é a cara do Brasil”.
De acordo com a pré-candidata, a propaganda foi feita por militantes do PV sem o seu conhecimento. “Estou aguardando para saber mesmo se involuntariamente nós estamos extrapolando.” Marina também negou que tenha motivo político a exclusão de seu nome em faixas no lançamento da pré-candidatura do deputado Fernando Gabeira ao governo do Rio, que aconteceu ontem no Rio de Janeiro. “Foi uma orientação de quem está entendendo a legislação e não quer extrapolar.” Mesmo com o PSDB de Serra apoiando a aliança de Gabeira, não houve censura ao seu nome no ato.
Ela ainda rebateu as críticas de aparelhamento do Ministério do Meio Ambiente durante a sua gestão.
Segundo a ex-ministra, as indicações seguiram critérios éticos e técnicos.
Marina admitiu que hoje votaria a favor da lei de responsabilidade fiscal e do Plano Real.
De acordo com ela, os votos contrários nessas matérias foram orientação do seu partido na época, o PT. “Eu digo que foi um erro não termos avaliado que havia um ganho com o Plano Real”, disse.
Ela disse que não vê problema em mudar de posição em matérias como esse tipo. “Quando mudo de opinião, não é por conveniência, mas por convicção.” A senadora disse que, se fosse presidente, vetaria a mudança no fator previdenciário, mas manteria o reajuste de 7,7% para os aposentados –aprovados semana passada pelo Senado.
Ela também defendeu uma reforma previdenciária. “A Previdência vai precisar de uma resposta, um saneamento.” Para ela, é preciso esperar para avaliar se o acordo com o Irã conduzido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve resultado. “Temos que ficar em compasso de espera”, afirmou.
Segundo Marina, o governo iraniano já desrespeitou acordos parecidos antes e é um país que desrespeita os direitos humanos.