Do Jornal do Commercio A Prefeitura do Recife começou, ontem pela manhã, a retirada dos comerciantes que trabalham em frente ao Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central do Recife.

Até amanhã, as 39 barracas instaladas há décadas na calçada da maior emergência do Nordeste devem ser removidas.

No primeiro dia de operação, a Diretoria de Controle Urbano (Dircon) retirou cinco barracas.

Não houve confusão entre os funcionários da prefeitura e os comerciantes, que parecem estar conformados com o projeto do governo do Estado, responsável pelo hospital, em construir uma praça de alimentação no interior da unidade para que todos possam trabalhar.

A remoção das 39 barracas faz parte da reforma do antigo ambulatório e de parte do estacionamento da unidade de saúde.

A partir da primeira semana de junho, ambos os locais darão lugar à emergência clínica e ao novo ambulatório, que atenderá apenas os pacientes que fizeram algum tratamento ou cirurgia no hospital.

A comerciante Micheline Oliveira acompanhou de perto a remoção de sua barraca de lanches. “Essa notícia pegou todo mundo de surpresa.

Não foi bom para ninguém, mas esperamos que as promessas que foram feitas saiam do papel”, afirmou a comerciante, referindo-se ao pagamento de um salário mínimo aos proprietários das barracas até a inauguração da praça de alimentação.

De acordo com a diretora de Controle Urbano do Recife, Maria José de Biase, alguns barraqueiros saíram espontaneamente, outros pediram apenas para ser retirados hoje e amanhã. “A prefeitura trabalhou como intermediária entre comerciantes e governo do Estado”, explicou.

Segundo o projeto do Estado, os comerciantes serão capacitados para trabalhar com comida e transferidos, até o fim do ano, para a praça de alimentação que será construída próxima ao jardim do hospital.

O local terá bancos, lixeira, área para desembarque e depósito de mercadorias, além de central de gás, água e energia elétrica.

Cada ambulante receberá um quiosque de 6,3 metros quadrados onde poderá comercializar qualquer tipo de comida, desde que siga normas da Vigilância Sanitária.

A venda de bebidas alcoólicas será proibida.

A obra deve começar em julho e custar R$ 1,2 milhão.

O projeto foi criticado pelos comerciantes, que afirmam não ter outra fonte de renda e prometem entrar na Justiça contra o governo.

Segundo Maria José de Biase, uma pesquisa apontou que a maioria dos ambulantes é aposentada, pensionista ou beneficiária de algum programa governamental.