O modelo de gestão gerencial aplicado em Pernambuco pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), pelos Institutos de Desenvolvimento Gerencial (INDG) e de Co-responsabilidade Empresarial (ICE), foi reprovado pelo 11º ano consecutivo.

Os programas para educação comprados dos empresários do Sudeste do país, medida adotada pelos dois últimos governos, prejudicam a população pernambucana.

Numa escala de 0 a 10, a educação básica do nosso Estado, ficou com a nota média de 3,33, em 2009.

Como a média de aprovação na rede é 6, sofremos com mais um ano reprovados.

Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) comprovam que o modelo estatal é mais eficiente e produtivo do que a iniciativa privada.

A constatação do professor Márcio Pochmann, presidente do Ipea, é clara: “as administrações estaduais que adotaram medidas de choque de gestão não constam entre aquelas com melhor desempenho na produtividade”.

Essas pesquisas só confirmam o que a direção do Sintepe denuncia há anos.

As constantes reclamações da categoria sobre a forma como as políticas educacionais são conduzidas no Estado foram o nosso termômetro e a base das nossas críticas.

Resultado: mais uma vez notas baixas no Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (Idepe). É possível corrigir os rumos?

Temos condições de melhorar a educação?

Sim.

E podemos começar imediatamente.

Basta que o governo passe a respeitar e ouvir os interlocutores locais que têm plenas condições de fazer com que Pernambuco volte a ser referência nacional na elaboração, aplicação, acompanhamento e avaliação das políticas educacionais. É preciso manter o diálogo com as universidades federais, sindicato, a Campanha Nacional pelo Direito a Educação, movimento estudantil, Associação das Mães e Pais dos nossos estudantes e todas as entidades organizadas que discutem educação.

A gestão democrática deve ser fortalecida, ao investir na implantação e formação continuada dos conselhos escolares; estimular a criação dos grêmios estudantis; incentivar a participação de toda comunidade escolar na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola; promover as eleições diretas para direção, sem seleção prévia ou lista tríplice, e cumprir as normas estabelecidas pelo Conselho Estadual de Educação.

Os gestores devem acreditar que é possível elaborar bons programas com as pratas da casa.

Só assim conseguiremos sair do patamar de contínua reprovação para um cenário de valorização, respeito e qualidade da educação básica pública em Pernambuco.

Heleno Araújo Filho Presidente do SINTEPE Secretário de Assuntos Educacionais da CNTE