“A saúde no Estado de Pernambuco não encontrou nenhuma melhora nos últimos quatro anos”.

Essa foi a constatação da primeira fase da Caravana do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, Cremepe, que desde 2006 realiza vistoria anualmente. “Os hospitais continuam de baixa resolutividade e a população reclama que o serviço de saúde não é bom”, declarou o presidente do Cremepe, André Longo.

As inspeções que duraram uma semana em 40 municípios do Agreste do Estado evidenciaram ainda um grave problema.

Em Vertentes, o serviço que era para ser público, vem sendo cobrado e os pacientes ficam dependentes de serviços pagos. “Há indícios claros que 2200 pessoas pagam R$ 10 por mês, cobrados em boleto”, disse o Ricardo Paiva, Coordenador da Caravana.

A suspeita é que o esquema funcione como um plano de saúde travestido de “doação”.

A Apami é a única unidade de saúde do município.

Legalmente, o hospital deveria prestar serviço gratuito de urgência para os pacientes. “Existe uma nebulosidade na relação privado-público.

Estamos encaminhando mais uma denúncia para o Ministério Público Estadual e Federal e Corregedoria Geral da União, Ministério da Saúde e Conselho Estadual da Saúde.

Não estamos provando, quem tem que investigar é o poder público”, afirmou Paiva.

As pessoas que não “contribuem” tem que pagar R$ 20 reais nos dias de semana e R$ 30 nos finais de semana.

Em alguns casos, foram vistas pessoas que pagaram até mesmo para os serviços de urgência. “O município não tem serviço público.

As cobranças são feitas em carros da prefeitura até mesmo em cidades vizinhas”, afirmou Tilma Belfort integrante do sindicatos dos médicos”.

Outra inadequação apontadas pela Caravana foram escalas incompletas de médicos.

No Programa Saúde da Família, em algumas cidades, só há médico uma vez por semana, em apenas um turno.

Foram constatadas ainda, em muitos hospitais, ausência de desfibriladores, necessário para reanimações casos de parada cardíacas.

Em outros, foram detectados lixo hospitalar misturado com lixo comum e até mesmo uma vala de placentas e medicamentos vencidos em Sairé.

Por outro lado, os casos positivos ficaram para Surubim que, no entanto, estava subutilizado.

Em São Joaquim do Monte, o hospital que havia sido interditado, hoje apresenta boas condições.

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