Por Adriano Oliveira – Cientista Político Mais uma vez afirmo: pesquisas eleitorais servem para a construção de prognósticos eleitorais.
As pesquisas causam surpresas para o analista quando ele não as utiliza para predizer resultados eleitorais.
Era previsível, considerando as variáveis “Boa administração”, “Bem estar econômico do eleitor” e “Confiança no presidente Lula” que Dilma cresceria – Pesquisas Vox Populi e Sensus.
Contudo, era impossível dizer quanto ela cresceria e em qual instante ela ultrapassaria Serra – e se ela ultrapassaria.
Mas os resultados das últimas pesquisas eleitorais revelam o que eu já tinha dito, isto é: a eleição é acirrada, pois Dilma é competitiva – revisem as minhas opiniões.
Mas o PSDB não deve ter medo.
Mas deve ficar atento.
Serra mantém a sua estabilidade – variação no intervalo entre 32% a 42% de intenção de votos.
Para Dilma vencer no primeiro turno, Serra precisa cair.
Cair sistematicamente.
Isto é possível?
Sim.
E é neste ponto que o PSDB deve ficar atento.
Elogiei as estratégias de Serra – “O Brasil pode mais!” E continuo a elogiar.
O caminho está correto, ou seja: Serra precisa dizer ao eleitor que a disputa é ele e Dilma e que a candidata petista não é competente.
Lula deve ser esquecido.
No entanto, existe um porém: o eleitor reconhece que a disputa é apenas entre Dilma e Serra?
O eleitor confia a tal ponto no presidente Lula, conforme as pesquisas mostram, que ele votará de qualquer modo em Dilma?
O eleitor reconhece em Dilma a continuidade do bom governo Lula?
E que só Dilma pode dar continuidade a este governo?
O eleitor associa fortemente Serra a FHC, por isto ele não cresce sistematicamente?
O eleitor acredita que “O Brasil pode mais!” também com Dilma?
Estas indagações precisam ser respondidas de imediato através de pesquisas qualitativas.
E não por meio das pesquisas quantitativas.
Existem causas que possibilitaram o crescimento da candidata petista.
E estas causas são as estratégias definidas por cada candidatura.
Constato que as estratégias de Dilma são três: 1) Associar o seu nome a Lula – presidente bem avaliado por diversos motivos, inclusive econômico; 2) Mostrar que tem competência para conduzir o país; 3) Associar Serra a FHC.
As estratégias de Serra são: 1) Mostrar ao eleitor que a disputa é entre ele e Dilma; 2) Evidenciar que ele é mais competente do que Dilma; 3) E mostrar que “O Brasil pode mais!” com ele e não com Dilma.
Neste instante, as estratégias de Dilma estão sendo mais eficientes.
Os estrategistas do PSDB devem de imediato fazer a seguinte indagação aos eleitores: O que você acha de Dilma?
Certamente, parte do eleitorado reconhece que com Dilma “O Brasil também pode mais!”.
Doutor Adriano Oliveira Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE) Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral (UFPE)