A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, comparou neste domingo (16) o ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no discurso que marcou o lançamento de sua candidatura em Nova Iguaçu, no Rio.
Marina justificou os elogios a FHC dizendo que faz justiça porque nem o PSDB dá a ele o crédito do Plano Real. - Agora vou dar crédito ao presidente FHC.
Não era um gerentão.
Era um homem como o Lula.
Sem ser economista fez o plano real.
Marina também elogiou Lula, agradeceu o presidente e defendeu o Bolsa Família, negando que o programa seja assistencialista e não tenha contrapartidas. - Tem contrapartida, sim.
Tem-se acesso a ele se a criança está na escola, se a mulher faz o exame papanicolau e de câncer de mama.
Existe contrapartida, sim.
Um pouco rouca devido a uma dor de garganta, Marina disse que faria “uso sustentável de sua voz”, mas falou sem parar por quase uma hora.
Logo no início, fez uma brincadeira: - Dizem que minha campanha tem que ser viral, concordamos plenamente, mas não precisa ser viral na garganta.
Pouco antes de iniciar seu discuros, Marina anunciou Guilherme Leal, presidente da Natura, como seu vice.
Sem citar a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, Marina atacou o partido pela “rasteira” no deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), que queria sair candidato à Presidência, mas foi tirado da corrida eleitoral em troca de uma aliança do seu partido, o PSB, com o PT. - É muito fácil falar de valores [éticos], mas quando se é confrontado com eles, a gente dá rasteira na democracia.
Isso é totalmente incoerente, como o que fizeram com Ciro Gomes.
A senadora também se contrapôs ao Ministério da Segurança, uma ideia levantada por Serra, e defendeu no seu lugar uma reforma na área. - Não podemos amontoar a estrutura na estrutura, quando o fundamento não suporta essa estrutura. É preciso uma reforma na segurança para que as pessoas vivam com mais tranquilidade.
Marina pregou uma campanha sem conflitos, disse que não vai atacar os adversários para ganhar voto e levantou a bandeira da transparência e do combate à corrupção. - Não quero embate com Dilma e Serra.
Marina lembrou sua trajetória de menina pobre no Acre que virou senadora e ministra.
Disse que chegou aqui por uma fresta, a da educação.
Ela voltou a elogiar Leal, o “vice dos nossos sonhos”, e disse que agora a campanha está completa. - Estou animada da mesma forma que estava animada na época do Chico Mendes.