Por Maurício Costa Romão O progressivo crescimento do quociente eleitoral ao longo dos pleitos – resultante da gradual diminuição dos votos brancos e nulos como proporção dos votos apurados – torna-o cada vez mais inatingível para a maioria dos partidos; Na última eleição para deputado federal em Pernambuco, por exemplo, dos 29 partidos que concorreram nada menos que 21 não ultrapassaram individualmente o quociente eleitoral de 167.571 votos (apesar de quatro destes terem conquistado cadeiras porque se coligaram); Do ponto de vista eleitoral a celebração de alianças passou a ser uma questão de sobrevivência para os pequenos partidos e um expediente que pode ser dos mais vantajosos para os grandes.
Estes últimos, normalmente com candidatos mais competitivos, tendem a se beneficiar da agregação de votos oriundos das siglas menores, já que os eleitos são os mais votados da coligação.
A força eleitoral das coligações é inquestionável: nas quatro últimas eleições para a Câmara Federal em Pernambuco, nenhum partido fora das coligações conquistou vaga no parlamento, embora 18 agremiações hajam concorrido isoladamente; Para deputado estadual, o número de cadeiras conquistadas pelas coligações não foi de 100% como para federal, mas sempre ultrapassou a casa dos 90%: 1994 (98%), 1998 (96%), 2002 (96%) e 2006 (92%); Com perspectivas neste ano de quocientes eleitorais cerca de 10% mais elevados (184.940 votos para deputado federal e 95.079 votos para estadual) de que os da eleição de 2006, pode-se esperar a repetição de nova enxurrada de partidos coligados no pleito do corrente ano.