De Cidades, no Jornal do Commercio O criminalista Gil Teobaldo de Azevedo, 77 anos, afirma que se encontrar nova brecha que permita adiar o júri de seu filho José Ramos Lopes Neto novamente não pensará duas vezes antes de utilizá-la. “É um direito que eu tenho, a legislação me permite.
Agora, o que eu não posso é adulterar documento, falsificar documento, isso não posso.
Se eu luto pelo cliente, por que não lutaria pelo meu filho?”, afirmou.
Na tarde de ontem, o advogado recebeu a equipe do JC em sua casa, na Zona Norte do Recife.
Lá, não poupou ninguém.
Criticou a ex-nora, os familiares dela, os homossexuais e até Maria da Penha (farmacêutica que virou nome de lei após lutar contra a impunidade em crimes de violência doméstica).
O advogado só não revelou as estratégias que usará para conseguir seu principal objetivo: inocentar o filho de todas as acusações. “Que pena menor o quê?
O que eu quero é absolvição”, afirmou.
Para Gil Teobaldo, o Código Penal, que não enquadra mais adultério como crime, sofreu com o “lobby dos safados” e está sendo “avacalhado a cada dia”. “Apenas homem safado aceita ser chamado de corno.
De qualquer cidadão, se for nesses moldes, eu aceito (o homicídio)”, afirmou.
O advogado afirma que o filho foi ofendido pela ex-mulher e que esse é motivo mais que suficiente para matá-la. “Se não matasse não comia na minha mesa”, reafirmou, um dia após dizer a polêmica frase em entrevista à Rádio Jornal.
FAMÍLIA DA VÍTIMA O criminalista acusou a família de Maristela de fazer chantagem emocional, por meio da mídia.
Reclamou das fotos dos parentes de Maristela nos jornais. “Jornal é álbum de família, por acaso?”, disse.
Também criticou o fato de os netos, com os quais nunca mais teve contato, serem testemunhas de acusação. “O que podem dizer duas pessoas que na época do crime tinham dois e quatro anos?”, questionou.
A metralhadora de acusações de Teobaldo acertou também Ulisses Just, irmão de Maristela que foi baleado e morreu depois, de causas naturais. “Morreu de Aids, porque era um safado, frequentador de boate gay”, afirmou ele, que se diz homem religioso, contra a homossexualidade.
Teobaldo também falou sobre seu filho José Ramos.
De acordo com ele, durante os últimos 21 anos, o acusado de assassinar Maristela constituiu família. “Ele tem mulher e filhos. É fazendeiro”, disse.
Em nenhum momento, segundo ele, o filho se arrependeu do assassinato de Maristela. “De maneira nenhuma.
E isso que dizem, que ele atirou nos filhos, é mentira.
Ele meteu bala nela, cinco tiros, ele me disse.
As balas transfixaram e só atingiram as crianças porque estavam perto da mãe”, disse.
Teobaldo afirmou que o filho reside, atualmente, na Rua da Hora, Zona Norte do Recife.
O criminalista afirma que tentará reaproximação dos netos Nathália e Zaldo Just. “Fizeram uma lavagem cerebral nos dois”, disse.
A cobrança por Justiça feita pela farmacêutica Maria da Penha, que perdeu o movimento das pernas após ser baleada pelo marido, que passou apenas dois anos preso, irritou Teobaldo. “E tinha como não irritar.
Quem é essa mulher para falar alguma coisa de mim?”, perguntou ao repórter, enquanto mostrava fotos suas ao lado de figuras influentes do Judiciário, polícia e até do futebol. “Olha esse livro aqui.
Diz: ‘Gil Teobaldo, um exemplo de vida’”, disse, mostrando uma publicação feita sobre ele.