Fotos: Reprodução da internet Vivian Whiteman e Pedro Diniz da Folha de São Paulo Embora distanciados pelas intenções de voto, os pré-candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) parecem estar empatados no quesito moda.

Segundo o estilista Walter Rodrigues, os dois têm em comum a falta de senso estético: “Não vejo expressão em suas roupas”, afirma ele, que desfila no Fashion Rio.

Na semana passada, a Folha ouviu quatro especialistas em moda com o intuito de analisar o figurino da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff.

Orientada por Lula, ela passou a adotar a sobriedade dos looks clássicos e das cores neutras.

Segundo Rodrigues, o tucano transmite fragilidade no vestuário: “Seus ombros são curtos.

A impressão é que, se bater um vento, ele cai.

Recomendo ombros estruturados, como os do Obama [presidente dos EUA], que também é franzino”.

Sobre a senadora do PV, Rodrigues propõe menos rigidez e mais serenidade: “Tons claros, como os macarrons, iluminariam o seu visual.

Se ela gosta de colares, poderia explorar a joalheria brasileira, que é rica e tem a ver com o tom sustentável de sua campanha”.

O alfaiate João Carlos Camargo defende que ele use cores diferentes. “O Serra é clássico.

Alinhar sua estrutura e optar por gravatas de cores alegres são armas para a candidatura”, diz ele, responsável pelo guarda-roupa dos presidentes de empresas como Oi e TAM. “Marina precisa de roupas mais justas, que valorizem sua forma esguia.

Peças folgadas e echarpes deixam-na com aspecto envelhecido.

E falta cor”, diz Amir Slama, presidente da Associação Brasileira de Estilistas.

Os especialistas foram unânimes em dizer que tanto ela como Serra não exploram a cartela de cores. “Apesar de ele acertar na maioria das vezes, deveria sair do padrão camisa azul e calça bege e trabalhar outros tons”, diz o stylist Thiago Ferraz, que veste artistas como Marília Gabriela e Rodrigo Santoro.

Segundo Ferraz, o look de Marina deve ser lapidado com a variedade de tecidos orgânicos e naturais. “O problema dos políticos é achar que o povo não os reconhece através de suas roupas, quando, na verdade, elas estão em primeiro plano”, diz Rodrigues.