Por Direto da fonte Em entrevista à coluna, Romário, pré-candidato a deputado federal, disse ser homem de palavra.

E socialista de carteirinha.

Em tempos de escalação para a Copa do Mundo e votação do Ficha Limpa, Romário não comenta a convocação da seleção, mas se diz a favor do projeto de lei que impede candidaturas de condenados pela Justiça. “Quem tem este tipo de problema não pode assumir responsabilidades”, disse à coluna o ex-jogador.

Mas o baixinho não passa por uma boa fase.

Teve bens penhorados, pendências judiciais e até uma experiência desagradável: a de ver o sol nascer quadrado por falta de pagamento de pensão.

Mesmo assim, ou por causa disso, Romário é pré-candidato a deputado federal pelo PSB, de Ciro Gomes.

Plataforma política?

Quero criar centros de tratamento infantil para portadores de Síndrome de Down.

No Rio, 85% dos pais de crianças com necessidades especiais não têm condições de dar assistência adequada aos filhos.

A minha menina é muito desenvolvida porque faz natação, fisioterapia, fonoaudiologia.

Mas isso custa mais de R$ 7 mil por mês.

Futebol?

Pretendo arrumar uma forma legal de mudar a Lei Pelé.

Hoje, os clubes formam jogadores e aos 15 anos eles vão embora.

Deveriam ficar no Brasil pelo menos até os 19 e criar identidade com o clube.

Outro problema são os ex-jogadores que estão desamparados e ociosos.

Eles precisam de política voltada às suas necessidades.

Quem o convenceu a se candidatar para essas eleições?

Eu mesmo.

Mas tive empurrão de várias pessoas, inclusive do Eurico Miranda.

Ele me pediu, quando eu jogava pelo Vasco, que me filiasse ao PP.

Depois, o Alexandre Cardoso do PSB me chamou.

E também fui convidado pelo PC do B e pelo PT.

Você é socialista?

Sempre fui socialista.

O socialismo prega igualdade de condição e já batalhei pelos meus companheiros.

Cheguei a brigar com dirigentes para que meus amigos recebessem salário em dia.

O Brasil vai conseguir cumprir os prazos da Copa?

A situação preocupa.

O anúncio de que a Copa seria aqui já fez três anos.

Houve tempo suficiente para o início das obras.

A Fifa diz que o Mundial pode mudar para Londres.

Não podemos duvidar da Fifa.

Exemplo de político?

O Eduardo Campos.

Mas o exemplo maior é o Lula.

Um cara que veio do nada e está tendo a capacidade de governar e de mudar a história do Brasil.

Romário na política é diferente de Romário no futebol?

Não.

As pessoas devem entender que Romário é Romário.

A índole é a mesma.

Com quem você sobe e não sobe no palanque?

Eu subo com Lula e não subiria com José Roberto Arruda.

Mas, infelizmente, já subi.

O que você tem de diferente de tudo que está aí?

Personalidade forte.

E tenho muita atitude.

O que o qualifica para ocupar um cargo público?

Sou autêntico e as pessoas podem acreditar no que eu disser.

Segundo, sou predestinado.

Foi assim no futebol e será assim na política.

Por Paula Bonelli