Por Adriano Oliveira Cientista Político São freqüentes as afirmações de que fulano de tal está eleito.

O que esta “eleição será um passeio”.

Diante de tais assertivas, sempre indago: com base em quê sicrano diz isto?

Certa vez, ao apresentar uma pesquisa a um político, ele me disse: “Este não é o sentimento das ruas”.

Tentei argumentar, mas ele insistiu na tese: “Este não é o sentimento das ruas”.

O político perdeu a eleição!Nem sempre o “sentimento das ruas” é semelhante aos resultados das pesquisas eleitorais.

Tanto o “sentimento das ruas” como as pesquisas podem errar.

Revelar o que não é real.

Contudo, as pesquisas, diante de metodologia adequada e analise correta, têm condições de revelar o verdadeiro “sentimento das ruas”.

Por outro lado, o “sentimento das ruas” sentido e revelado por políticos, analistas e jornalistas podem se revelar falsos.

Geralmente, o “sentimento das ruas” não tem aderência à realidade.

Na economia existe a ilusão monetária.

Ou a ilusão do consumo.

O indivíduo tem a ilusão, a qual, obviamente, não é real, de que a economia vai bem, então ele pode continuar a consumir exageradamente.

Conseqüência, crises econômicas.

Na política, existe também a ilusão eleitoral.

Candidatos, analistas e jornalistas acreditam que fulano já está eleito ou que dada eleição “será um passeio”.

Neste caso, estes atores sofrem de ilusão política, já que não consideram as pesquisas, mas o “sentimento das ruas”.Na disputa deste ano, alguns atores estão considerando o “sentimento das ruas”, as pesquisas iniciais de intenção de votos, o “ouvi dizer!” e o apoio dos prefeitos.

Esquecem que o guia eleitoral muda a escolha do indivíduo.

Esquecem que pesquisas apontam tendências e os possíveis prognósticos só podem ser construídos diante de várias pesquisas.

Partem do princípio de que prefeitos mandam e determinam em quem a maioria do eleitorado deve votar.

Não é possível, neste instante, fazer prognósticos eleitorais, pois a disputa para o Senado, para a presidência da República e para o governo de Pernambuco contém candidatos competitivos.

Alguns, valem salientar, são competitivos em razão das circunstâncias políticas e econômicas.

Caso estas mudem, eles deixarão de ser.

O único prognóstico que faço neste instante, é que as eleições para presidente, Senado e governo de Pernambuco não comporta ilusão.

PS: Doutor Adriano Oliveira - Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral (UFPE)Lattes: https://lattes.cnpq.br/9030393989484539twitter.com/adriano_oliveir